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Itália celebra República com pedidos por união

02/06/2020 08h17

ROMA, 02 JUN (ANSA) - Tentando voltar à normalidade após o auge da pandemia do novo coronavírus, a Itália celebra nesta terça-feira (2) a Festa da República, que relembra os 74 anos do plebiscito que colocou fim à monarquia no país.   

As comemorações foram redimensionadas devido à pandemia e não contaram com a tradicional parada militar em Roma, mas o presidente da República, Sergio Mattarella, de máscara e com distanciamento físico, não deixou de depositar uma coroa de flores no Altar da Pátria, monumento que, curiosamente, foi construído em homenagem ao rei Vittorio Emanuele II, primeiro monarca da Itália unificada.   

A cerimônia durou cerca de 15 minutos e também contou com as presenças do primeiro-ministro Giuseppe Conte e dos presidentes da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, e do Senado, Maria Elisabetta Casellati.   

O evento foi encerrado pela exibição das "Frecce Tricolori", esquadrão acrobático da Força Aérea italiana, que foi saudada pelos aplausos dos cidadãos, reunidos a uma certa distância do Altar da Pátria.   

Mensagem - O presidente Mattarella também enviou uma mensagem aos prefeitos das províncias italianas e disse esperar que a data seja "uma ocasião para uma renovada reflexão sobre os valores fundadores republicanos".   

"As dimensões e a gravidade da crise, o impacto que ela teve sobre cada aspecto da vida cotidiana, a dor que impregnou as comunidades atingidas, exigiram de todos um esforço extraordinário, inclusive no plano emocional. A excepcionalidade da situação determinou dificuldades nunca antes experimentadas na história da República, colocando a todos uma contínua demanda por união, responsabilidade e coesão", escreveu o chefe de Estado.   

Segundo Mattarella, a responsabilidade e a resiliência vistas nos últimos meses devem agora "ser transportadas para um compromisso comum em relação à definitiva superação da emergência e a uma sólida e duradoura recuperação".   

Já o primeiro-ministro Conte escreveu no Facebook que "não há tempestade que possa dobrar" a bandeira italiana. "Vamos unir e concentrar todas as nossas energias no esforço compartilhado de levantar e recomeçar com máxima determinação", disse.   

O ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, ressaltou que o dever da política é evitar que o sofrimento causado pela pandemia seja transformado em "ódio e medo". "Não podemos nos permitir esse risco, então é necessário que todas as forças políticas demonstrem senso de pertencimento à tricolor [apelido da bandeira italiana]", declarou.   

Protesto - Enquanto as instituições celebravam o Dia da República no Altar da Pátria, a cerca de cinco quilômetros de distância, na Piazza del Popolo, a oposição conservadora realizava sua comemoração com tom de protesto contra o governo.   

O ato foi encabeçado pelo senador Matteo Salvini (Liga), pela deputada Giorgia Meloni (Irmãos da Itália) e pelo europarlamentar Antonio Tajani (Força Itália) e contou com uma bandeira italiana de 500 metros de extensão.   

"Estamos aqui em nome dos italianos esquecidos nos últimos meses e discriminados", disse Salvini, acrescentando que este é o momento de "transformar propostas em emendas a serem sugeridas ao governo". (ANSA)
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