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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta terça-feira (2)

do UOL

Do UOL, em São Paulo

02/06/2020 11h56Atualizada em 02/06/2020 19h42

O Brasil segue discutindo reaberturas econômicas em diversos estados, em uma semana que pode ser chave para o enfrentamento ou para a continuidade do crescimento da pandemia do coronavírus.

O mundo já soma 376,3 mil mortos e o país ainda não dá indícios de ter estabilizado os números de casos e mortes. A dretora da Opas recomendou: "pensem duas vezes antes de flexibilizar a quarentena".

Com a confirmação de 1.262 novas mortes contabilizadas pelo Ministério da Saúde nas últimas 24 horas, o Brasil bateu recorde de confirmações em um só dia. Agora são 31.199 óbitos no total.

Segundo o balanço de hoje do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 28.936 novos diagnósticos nas últimas 24 horas e agora soma 555.383 casos confirmados de covid-19 em todo o território.

Preocupação com indígenas

A presença de cerca de 20 mil garimpeiros na Terra Indígena Yanomami durante a pandemia do novo coronavírus e a frágil assistência de saúde no território ameaçam fazer com que até 40% dos indígenas que moram perto das minas ilegais se infectem com a doença.

Covid-19 ameaça aldeias yanomamis vizinhas a garimpo - VICTOR MORIYAMA/ISA - VICTOR MORIYAMA/ISA
Imagem: VICTOR MORIYAMA/ISA

Nesse cenário, o grupo poderia perder até 6,5% dos seus integrantes, tornando-se uma das populações mais impactadas pela covid-19 em todo o mundo.

As análises estão em um estudo produzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto Socioambiental (ISA), que classifica os yanomami como "o povo mais vulnerável à pandemia de toda a Amazônia brasileira".

Segundo a pesquisa, revisada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a etnia corre o risco de sofrer um "genocídio com a cumplicidade do Estado brasileiro" caso não se tomem medidas urgentes para expulsar os garimpeiros e melhorar a assistência médica às comunidades.

Reabertura arriscada: Rio só tem 4% de leitos vagos

O anúncio da flexibilização gradual do isolamento social no Rio, feito ontem pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), ocorre com apenas 4,4% dos leitos de UTI disponíveis nos hospitais públicos da capital, segundo mostram dados da Central Estadual de Regulação obtidos pelo UOL.

Nesta segunda-feira (1º), apenas 70 dos 1.576 leitos de UTI existentes na cidade estavam livres.

Por outro lado, 502 desses leitos —que poderiam estar sendo usados por pacientes em estado grave— estão indisponíveis por falta de profissionais, insumos ou equipamentos. Os dados indicam que a rede de saúde pública do Rio continua próxima de um colapso —estado em que não há leitos disponíveis para atender novos pacientes.

Reabertura criticada: Shoppings criticam medidas em SP

O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, disse que o protocolo apresentado ontem pelo governo de São Paulo para reabertura dos shoppings é discriminatório. Nabil disse que o rigor das medidas não foi o mesmo exigido de outras atividades. Hoje, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que, se índices de saúde piorarem, medidas mais duras serão tomadas.

"O shopping center é um equipamento extraordinário, que cumpre normalmente todas as exigências, e a gente fica um pouco frustrado com esses protocolos que não foram pedidos para outras atividades. E a gente percebe que no shopping é todo tipo de exigência, estamos transformando quase em hospitais para cumprir as exigências", disse.

Entre as medidas anunciadas no protocolo, Nabil citou especificamente o funcionamento limitado a quatro horas. "Se não tiver horário estendido, vai acontecer a mesma coisa com o rodízio", disse, citando o rodízio na cidade de São Paulo durante a quarentena que previa a circulação de veículos com placas par ou ímpar, intercalando os dias.

Médica é espancada ao pedir para festa ser encerrada

A médica Ticyana Azambuja, 35, brutalmente espancada por ao menos cinco frequentadores de uma festa clandestina no Grajaú, na zona norte do Rio, disse que teve medo de morrer. Após prestar depoimento na 20ª DP (Vila Isabel), ontem à tarde, ela contou os momentos de pânico enquanto era agredida em frente ao apartamento onde mora.

No sábado (30) à tarde, Ticyana disse ter tocado a campainha do imóvel onde ocorria a balada para pedir que a festa acabasse, uma vez que as aglomerações estão vetadas durante a pandemia do coronavírus. Após ouvir um palavrão como resposta, quebrou o retrovisor e o vidro traseiro de um carro estacionado irregularmente em frente à calçada.

Estou morrendo de medo. Tenho um filho pequeno e muita gente está falando que mexi com gente poderosa. Mas a minha exposição é uma forma de garantir a minha segurança.

Vacina: Oxford entra na 3ª fase de testes

A vacina contra a covid-19 em desenvolvimento na Universidade de Oxford, no Reino Unido, entra esta semana em sua fase três de testes clínicos, em que pelo menos 10 mil pessoas serão vacinadas em todo o país para averiguar a eficácia do produto.

Dentre os mais de 70 imunizantes em desenvolvimento atualmente em todo o mundo, este é considerado o mais avançado e também dos mais promissores. E à frente da testagem na Escola de Medicina Tropical de Liverpool está uma brasileira, a imunologista Daniela Ferreira, de 37 anos, especialista em infecções respiratórias e desenvolvimento de vacinas.

Segundo a OMS, há dez vacinas em fase de testes pelo mundo.

Uso de antibióticos na pandemia preocupa OMS

O aumento do uso de antibióticos para combater a pandemia da covid-19 aumentará a resistência bacteriana e em última instância provocará mais mortes durante a crise sanitária e depois, advertiu hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, disse que há um "número preocupante" de infecções bacterianas que estão se tornando cada vez mais resistentes aos remédios usados tradicionalmente para combatê-las.

A pandemia da covid-19 levou a um aumento no uso de antibióticos, que provocará níveis maiores de resistência bacteriana e repercutirá no lastro da doença e nas mortes durante a pandemia e depois"

Restaurantes servem quentinhas para moradores de rua

O isolamento social decretado na cidade de São Paulo como medida de prevenção contra o novo coronavírus deixou alguns setores do comércio na berlinda. Dentre os mais atingidos está o de bares e restaurantes. Com os salões fechados, muitos que não trabalhavam com sistema de entregas tiveram que adotar o delivery como estratégia e buscar novas formas para manter o funcionamento.

Restaurantes da capital servem quentinha para pessoas em situação de rua - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Seguindo este movimento de adaptação, mas também preocupados com o impacto que a crise provoca em populações em situação de vulnerabilidade, restaurantes renomados começaram a doar quentinhas para pessoas do entorno.

De acordo com a pesquisa censitária da população em situação de rua realizada em 2019, havia 24.344 pessoas nesta condição, sendo ao menos 11.048 delas morando e circulando pela região central. Ecoa mostra algumas dessas iniciativas.

A prefeitura de São Paulo tem distribuído refeições em frente ao Teatro Municipal:

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