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Artistas e indústria da música protestam em solidariedade a George Floyd e a movimento antirracismo

02/06/2020 13h39

Artistas e as maiores gravadoras da indústria da música se comprometeram a paralisar e protestar nesta terça-feira (2) em solidariedade aos manifestantes antirracistas dos Estados Unidos. Há uma semana o país é palco de imensos protestos devido ao caso George Floyd, homem negro que morreu asfixiado por um policial branco. O movimento #BlackOutTuesday mobiliza as redes sociais e ganhou adesão de internautas em todo o mundo.

Atlantic Records, Capitol Music Group, Warner Records, Sony Music e Def Jam, entre muitas outras empresas, aderiram à iniciativa #TheShowMustBePaused (o show deve parar). A iniciativa foi seguida por muitos artistas, que se manifestaram nas redes sociais.

"É difícil saber o que dizer, porque tenho lidado com o racismo a vida toda. Dito isso, ele está levantando a cabeça feia agora e, por Deus, é hora de enfrentá-lo de uma vez por todas", disse o lendário produtor Quincy Jones.

A Columbia Records enfatizou que terça-feira não é "um dia de folga", mas um tempo para "encontrar maneiras de avançar em solidariedade". "Talvez com a música desligada, possamos realmente ouvir", disse a empresa.

Muitos selos também se comprometeram a doar para organizações de direitos civis. Artistas de diversos setores estimulam os internautas a realizarem doações a grupos e associações que lutam contra o racismo.

Tarja preta nas redes sociais

A paralisação da indústria da música é anunciada quando dezenas de celebridades, incluindo Rihanna, Beyoncé, Jay-Z, Dr. Dre, Taylor Swift, Cardi B, Billie Eilish e Killer Mike, expressaram sua revolta com o racismo e sua solidariedade a George Floyd. O ator Jamie Foxx e a estrela pop Ariana Grande participaram pessoalmente dos protestos.

Nesta terça-feira, as redes sociais foram invadidas por publicações que mostram apenas um quadrado preto, seguido das hashtags #BlackOutTuesday (blecaute de terça-feira) e #BlackLivesMatter (vidas negras importam). Entre os participantes, estão a cantora Rihanna, o jogador de basquete Lebron James, a atriz Lupita Nyong'o, entre outros.

"Nos últimos dias, a magnitude da devastação, raiva e tristeza que senti foi esmagadora, para dizer o mínimo! Ver meu povo sendo assassinado e linchado dia após dia me levou a um lugar sombrio", desabafou Rihanna, indignada, em sua conta do Instagram.

"Todos nós testemunhamos seu assassinato em plena luz do dia. Estamos tristes e chateados. Não podemos normalizar essa dor", disse a cantora Beyoncé em um vídeo, pedindo assinaturas para a petição #JusticeForGeorgeFloyd. Segundo a Change.org, essa se tornou a iniciativa mais popular da plataforma, com quase 12 milhões de assinaturas.

Seu marido, o músico Jay-Z, relatou por meio de sua empresa Roc Nation que havia conversado com o governador de Minnesota, Tim Walz, e elogiou a nomeação do procurador-geral do estado, Keith Ellison, para prosseguir com um julgamento no caso de Floyd.

"Eu sou um ser humano, um pai e um homem negro com dor ... estou mais determinado a lutar por justiça do que qualquer luta que aqueles que tentam me oprimir possam empreender", disse o rapper. "Peço a todos os políticos, procuradores e autoridades do país que tenham a coragem de fazer a coisa certa. Tenham a coragem de nos olhar como humanos, pais, irmãos, irmãs e mães com dor e se olhem", enfatizou.

Postagens polêmicas

Em sua conta no Instagram, a cantora Madonna incitou uma polêmica ao postar um vídeo em que o filho David Banda, de 14 anos, dança em homenagem a George Floyd. Ao som de "They Don't Care About Us", hit de Michael Jackson, o garoto protagoniza uma performance contestada pelos internautas.

"Ele é um ótimo dançarino, mas essa é maior besteira que eu já vi", escreveu uma fã. "Sim, dançar vai adiantar em algo. Sai dessa mansão e vem para as ruas!", diz um outro internauta. "Isso é tão bobo, Madonna. Você vê as pessoas negras como uma diversão. Você não entende a negritude! Pare com essa bobagem!", publica um seguidor.

O DJ francês David Guetta também foi alvo de críticas ao realizar uma homenagem a George Floyd. O artista realizou uma performance em Nova York durante mais de duas horas. Em um de seus remixes, ele utilizou trechos do célebre discurso de Martin Luther King "Eu tenho um sonho".

Nas redes sociais, a gafe não passou despercebida. "Essa é a forma mais branca de reagir ao racismo", afirma uma internauta americana que republicou o vídeo. Conterrâneos do DJ também reagiram: "Que porcaria, David Guetta! Muito obrigada por nos fazer passar uma grande vergonha!", diz um usuário francês do Twitter.

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