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Balança comercial tem saldo positivo de US$ 4,5 bi em maio, o pior em 5 anos

Navio atracado no Porto de Santos, em São Paulo, para ser carregado com soja - Paulo Whitaker/Reuters
Navio atracado no Porto de Santos, em São Paulo, para ser carregado com soja Imagem: Paulo Whitaker/Reuters

01/06/2020 15h08Atualizada em 01/06/2020 16h08

O Brasil teve superávit comercial de US$ 4,5 bilhões em maio, o menor já registrado para o mês desde 2015 (US$ 2,8 bilhões), segundo divulgado hoje pelo Ministério da Economia. O dado veio um pouco abaixo da projeção de superávit de US$ 4,743 bilhões, de acordo com pesquisa da Reuters com analistas.

As exportações somaram US$ 17,9 bilhões no mês, recuo de 4,2% sobre o mesmo período do ano passado, afetadas pelo forte recuo dos preços internacionais em meio ao desaquecimento da demanda global com a crise do coronavírus.

Segundo o Ministério da Economia, houve retração de 15,6% nos preços dos bens vendidos pelo Brasil ante maio de 2019. Já o volume comercializado subiu 5,6%, com recordes registrados no período para todos os meses da série histórica para embarques de petróleo, açúcar, farelo de soja, café e carne bovina.

No setor agropecuário, o volume exportado aumentou 36,1%.

"O bom desempenho exportador do agronegócio tem compensado o recuo observado para as exportações de produtos industrializados, conferindo resiliência ao setor exportador nacional e contribuindo para uma queda menos acentuada da atividade doméstica, em um contexto de queda progressiva do PIB global", disse o Ministério da Economia em nota.

Na comparação com maio do ano passado, as exportações para Ásia subiram 27,7%. Somente para China, Hong Kong e Macau o crescimento foi de 35,2%.

Importações

As importações do País caíram 1,6% em maio sobre um ano antes, a US$ 13,4 bilhões. Em nota, o ministério ressaltou que o dado foi fortemente afetado pelas operações de nacionalização de duas plataformas de petróleo, no total de US$ 2,7 bilhões, no âmbito do regime aduaneiro especial Repetro-Sped.

Desconsiderado esse efeito, as importações teriam sofrido uma queda de 21,7% pela média diária em relação a maio de 2019.

Também caíram as compras de combustíveis (-61,6%), bens de consumo (-24,3%) e bens intermediários (-11%) frente ao ano passado.

Nos primeiros cinco meses do ano, o saldo da balança comercial ficou positivo em US$ 16,3 bilhões, queda de 17,9% em relação ao mesmo período de 2019 pela média diária das operações.

O Ministério da Economia reafirmou sua previsão de um saldo comercial positivo em US$ 46,6 bilhões, contração de 3% sobre o resultado do ano passado, em cálculo que já leva em conta o impacto global da pandemia.

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