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Protestos ignoram toque de recolher, e Minneapolis vive outra noite de caos

30/05/2020 16h27

Albert Traver.

Minneapolis (EUA), 30 mai (EFE).- Após dias de distúrbios devido ao assassinato de George Floyd, homem negro que morreu depois que o policial branco Derek Chauvin permaneceu minutos ajoelhado sobre seu pescoço, a calma havia retornado a Minneapolis na sexta-feira, mas os saques, os incêndios e o caos voltaram no fim da tarde.

Às 20h, ainda sob a luz do dia, milhares de manifestantes decidiram ignorar o toque de recolher imposto na cidade. Os protestos começaram em frente à delegacia de polícia onde Chauvin trabalhava, queimada e destruída na noite anterior.

A prisão de Chauvin era pouco para os manifestantes. Eles também queriam que o mesmo acontecesse com outros três agentes - agora demitidos - envolvidos na morte de Floyd.

As imagens de controle das ruas que as autoridades mostraram ao longo do dia se desmoronaram em minutos. Os protestos seguiram para outra delegacia próxima, aumentaram de tamanho, e tudo começou de novo, com depredação, saques e incêndios.

Com a delegacia cercada por manifestantes e os policiais enclausurados, incapazes de aplicar o toque de recolher, dezenas de pessoas saquearam comércios locais, um a um, exceto os marcados com placas de "propriedade afro-americana".

"Quer água?", perguntava uma menina que oferecia garrafas de água recém-saqueadas de um supermercado. Os saqueadores compartilhavam água com os demais manifestantes, jornalistas e profissionais da saúde voluntários.

Ficou para o final o alvo mais ambicioso, uma filial do banco Wells Fargo, perto da delegacia, que acabou sendo incendiado.

Passada a meia-noite, os alto-falantes da polícia avisaram aos manifestantes que o toque de recolher estava sendo violado, recomendando que todos se retirassem.

Os saques deram lugar a barricadas e ao lançamento de projéteis caseiros contra os policiais, enquanto muitas pessoas se dispersaram e seguiram espalhando o caos por outras ruas e bairros. Nas ruas residenciais próximas, os moradores, a maioria brancos, assistiam a tudo das janelas e jardins.

Em entrevista coletiva no começo da madrugada, o governador de Minnesota, Tim Walz, confessou que esperava que o protesto fosse diminuir com o toque de recolher, mas que aconteceu o contrário. "Eles são mais do que nós", comentou.

As imagens que compartilhavam a tela da televisão com o governador ao vivo foram as dos helicópteros mostrando edifícios incendiados por toda a cidade, enquanto o maior contingente policial e militar da história do estado não consegue conter os distúrbios. EFE

at/vnm

(foto) (vídeo)

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