Cientistas alertam que o governo britânico deveria esperar para suspender confinamento
Londres, 30 Mai 2020 (AFP) - Vários assessores do governo Boris Johnson alertaram neste sábado que é muito cedo para suspender o confinamento, dois dias antes de o Reino Unido aliviar as restrições impostas para combater a pandemia de coronavírus.
Os membros do comitê científico que assessora o executivo, o Grupo de Conselho Científico para Emergências (SAGE), alertaram para o risco de uma segunda onda de contágios, e o epidemiologista John Edmunds disse que relaxar as restrições é uma "decisão política".
Outro cientista de destaque, Jeremy Farrar, diretor da instituição de pesquisa biomédica Wellcome Trust e membro do SAGE, afirmou no Twitter que o governo estava errado.
"A COVID-19 está se espalhando rápido demais para levantar o confinamento", tuitou Farrar.
A Inglaterra começará a suspender as medidas de confinamento impostas em março a partir de segunda-feira, quando as escolas reabrirão parcialmente e serão permitidas reuniões de até seis pessoas.
No restante do Reino Unido, as escolas permanecerão fechadas.
Na Escócia, mais esportes ao ar livre serão permitidos, enquanto na Irlanda do Norte a reabertura de mais lojas e a celebração de casamentos ao ar livre serão autorizadas a partir de 8 de junho.
No País de Gales, as pessoas poderão se reunir nas vias públicas a partir de segunda-feira.
No total, cinco conselheiros do governo sobre a pandemia manifestaram preocupação em diminuir as restrições.
Alguns políticos, como os prefeitos de Londres e Manchester, seguiram a mesma linha.
O primeiro-ministro de Londres, Sadiq Khan, disse em uma mídia social que está "profundamente preocupado com o fato de estarmos correndo demais para suspender as medidas de confinamento".
O executivo anunciou a saída gradual do confinamento na última quinta-feira, quando consultor científico do governo Patrick Vallance alertou que os dados "exigem cautela".
Segundo dados oficiais, o Reino Unido registrou 38.376 mortes da COVID-19 até este sábado, o que representa um aumento de 215 mortes em 24 horas.
dmh/jvb/mis/cc
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