Pela 1ª vez, Twitter alerta para fake news em posts de Trump
O presidente, que tem mais de 80 milhões de seguidores na rede social, afirma que o voto por correspondência é "fraudulento", que "as caixas de correio serão roubadas" e que "as cédulas serão falsificadas". O presidente americano tem mais de 80 milhões de seguidores.
Abaixo das duas postagens, o Twitter inseriu um ponto de exclamação azul com um link, aconselhando os leitores a "obter informações sobre as cédulas por correio". O link redireciona os usuários para uma página com uma mensagem do próprio Twitter e com notícias de veículos como The Washington Post e CNN que desmentem as alegações do presidente.
"Na terça-feira, o presidente Trump fez uma série de alegações sobre possíveis fraudes eleitorais depois que o governador da Califórnia, Gavin Newsom, anunciou um esforço para expandir a votação por correio na Califórnia durante a pandemia de covid-19. Essas reivindicações não têm fundamento, de acordo com a CNN, Washington Post e outros. Especialistas dizem que as cédulas por correspondência raramente são vinculadas a fraude eleitoral!", diz o texto do Twitter.
Horas depois, Trump usou o próprio Twitter para atacar a rede social, acusando a empresa de "interferir nas eleições presidenciais de 2020". "O Twitter está sufocando completamente a liberdade de expressão, e eu, como presidente, não vou permitir isso!"
A rede social confirmou que foi a primeira vez que sinalizou tuítes de Trump, medida alinhada com a nova política da empresa para alertar sobre fake news. As regras foram introduzidas este ano, inicialmente para lidar notícias não confiáveis sobre o coronavírus.
Embora o presidente dos EUA frequentemente use sua conta para fazer declarações questionáveis e lançar ataques pessoais, o Twitter vinha resistindo a agir contra Trump, sob o argumento de que permitir tuítes controversos de políticos incentiva a discussão e ajuda a responsabilizá-los.
Nós últimos meses, porém, tem aumentando a pressão popular e política para que as redes sociais ajam contra a disseminação de fake news. Governos em todo o mundo passaram a exigir das empresas de mídias sociais regulamentações mais rígidas para evitar a propagação deste tipo de conteúdo. Em abril, o aplicativo de mensagens WhatsApp anunciou que passou a limitar o reenvio de mensagens para impedir a propagação de informações falsas.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA vêm incentivando "métodos de votação por correio", para garantir que os cidadãos possam observar as regras de distanciamento social e evitar multidões, em razão da pandemia - os Estados Unidos concentram cerca de 30% do total de casos de covid-19 e cerca de 28% das mortes. Trump, no entanto, vêm questionando esse método de votação. As eleições presidenciais estão marcadas para 3 de novembro e o presidente vai concorrer à reeleição pelo partido republicano.
Trump se junta a outros líderes
Agora, Trump se junta a um pequeno grupo de chefes de estado que já tiveram suas postagens contestadas pelo Twitter, como o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, o "líder supremo" do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
No final de março, o Twitter bloqueou dois vídeos publicados no perfil oficial de Bolsonaro sobre a visita que ele fez ao comércio da região de Brasília. No lugar das postagens, aparecia a mensagem: "Este tweet não está mais disponível porque violou as Regras do Twitter.
Depois, Facebook e Instagram também removeram um vídeo publicado pelo presidente. "Removemos conteúdo no Facebook e Instagram que viole nossos Padrões da Comunidade, que não permitem desinformação que possa causar danos reais às pessoas", justificou o grupo em nota.
Também em março, o Twitter apagou postagens do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do senador Flávio Bolsonaro, por utilizarem fora de contexto um vídeo antigo do médico Drauzio Varella, no qual ele abordava a crise provocada pelo coronavírus.
Neste mês, o Instagram tarjou uma postagem do perfil oficial de Bolsonaro após uma agência de checagem verificar que a informação era falsa. A postagem dizia que o número de mortes por doenças respiratórias no Ceará diminuiu neste ano, o que não é verdade.
LE/lusa/ots
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| App | Instagram | Newsletter
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.