França revoga uso de hidroxicloroquina para tratamento de Covid-19 em meio a temores por segurança
PARIS (Reuters) - O governo francês cancelou nesta quarta-feira um decreto que permitia a médicos de hospitais administrar hidroxicloroquina como tratamento para pacientes que sofrem formas graves de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
A medida, que tem efeito imediato, é a primeira tomada por um país desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou na segunda-feira que estava interrompendo um grande teste do medicamento contra a malária em pacientes com Covid-19 devido a questões de segurança.
O cancelamento do decreto, que na verdade significa que a droga está agora proibida para esse uso, foi anunciado no diário oficial do governo e confirmado por uma declaração do Ministério da Saúde, que não se referiu à suspensão realizada pela OMS.
A França decidiu no final de março permitir o uso de hidroxicloroquina, que também é aprovada para o tratamento de lúpus e artrite reumatóide, em situações específicas e em hospitais apenas para pacientes com Covid-19.
A revista médica britânica The Lancet informou que os pacientes que receberam hidroxicloroquina elevaram suas taxas de mortalidade e batimentos cardíacos irregulares, se juntando a uma série de outros resultados decepcionantes para a droga como uma forma de tratar a infecção respiratória.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro e outros líderes promoveram a hidroxicloroquina nos últimos meses como um possível tratamento para o coronavírus.
Nenhuma vacina ou tratamento foi ainda aprovado para tratar a Covid-19, que já matou ao menos 350 mil pessoas em todo o mundo.
(Por Matthias Blamont)
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