CIDH alerta para crise sanitária em etnia amazônica radicada em Lima
Lima, 28 Mai 2020 (AFP) - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) expressou nesta quarta-feira (27) sua preocupação com a situação crítica de uma comunidade amazônica radicada em Lima, onde 475 pessoas testaram positivo para a COVID-19.
A organização alertou em um comunicado para a situação sanitária que enfrenta atualmente a Comunidade Indígena Urbana de Cantagallo, no Peru, e pediu ao governo peruano que dê atenção especial a estas famílias.
Após a realização de testes rápidos em 12 de maio, 73% da população de indígenas shipibo-konibo que vivem nesta comunidade no distrito limenho de Rímac testaram positivo para a COVID-19, segundo a CIDH, órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Em Cantagallo vivem 2.000 integrantes da etnia Shipibo-konibo.
Após confirmados os contágios, as autoridades desinfetaram as casas rústicas de 228 famílias.
A comunidade amazônica cumpre uma quarentena de duas semanas desde então para evitar maiores riscos de contágio e propagação da doença.
Soldados do Exército peruano vigiam os acessos à comunidade.
As autoridades instalaram banheiros químicos pela falta de acesso a serviços básicos, como água e esgoto, nesta comunidade.
Até o fim de abril, seus moradores asseguravam não ter registros de contágios de COVID-19. Eles atribuíam o fato aos medicamentos naturais que utilizam.
Membros da comunidade emigraram para Lima em 1990, fugindo da guerrilha maoísta do Sendero Luminoso e da castrista Movimento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA), derrotadas militarmente no fim daquela década.
Os Shipibo Conibo são um grupo étnico da Amazônia, que se distribui em 153 comunidades às margens do rio Ucayali, na floresta central peruana.
cm/fj/gma/mvv
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