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Brasil precisa consolidar democracia em fatos reais, diz Alessandro Vieira

do UOL

Do UOL, em São Paulo

27/05/2020 19h35Atualizada em 27/05/2020 20h56

O combate às fake news e o apoio a "fatos reais" são essências das democracias. A avaliação foi feita pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), em participação no programa UOL Debate de hoje, que discutiu o inquérito das fake news conduzido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A questão foi debatida no mesmo dia em que o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao STF suspensão do inquérito que apura ofensas, ataques e ameaças contra ministros da corte. Também hoje, a Polícia Federal realizou uma operação contra empresários políticos e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Para o senador, o titular da PGR já chegou ao cargo sob desconfiança. "Efetivamente, a própria condução do Aras foi fora do rito nacional. Ele foi levado ao Bolsonaro já com problemas. Ele se comprometeu e assumiu determinados posicionamentos que não são do STF. É lá que se vai se dizer o que é democrático ou não", disse.

"Eu continuo achando que o andamento do processo é equivocado. Mas isso está de certa forma superado. Mas isso se superou. O STF já decidiu que pode ser tocado assim. A montagem e manutenção robótica, ataques a adversário, elevação de hashtags... Isso está cada vez mais materializado. O Brasil precisa consolidar a democracia em fatos reais. A gente vai ter que enfrentar esses fatos. Mas precisamos levar em conta o quanto estamos puxando a corda. Essa é uma grande preocupação que estamos tendo", acrescentou o senador.

Ao longo do debate, Vieira afirmou que há "uma coordenação, uma estruturação, com uma hierarquia" feita por pessoas reais atrás das notícias falsas. "Mas tem pessoas fora do país também. Tem site hospedado na Califórnia. É preciso ser combatido para o bem do Brasil."

Diante das reações de diversos setores frente às fake news, protestos são vistos com recorrência nas redes sociais. Para o também senador Humberto Costa (PT-PE), que também participou do debate, o fato de o Brasil estar enfrentando a pandemia do novo coronavírus faz com que manifestações críticas a Bolsonaro não aconteçam.

"É muito difícil, num período como esse de pandemia, o povo sair às ruas, a não ser esses integrantes da seita bolsonarista que se acham onipotentes a ponto de não serem atingidos pelo coronavírus", disse Costa. "Mas não há condições de isso se fazer. É preciso esperar um momento mais adequado."

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