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Fifa suspende presidente da Federação de futebol do Haiti acusado de crimes sexuais

26/05/2020 06h29

O presidente da federação haitiana de futebol foi suspenso pela Fifa. Uma suspensão temporária, informou a entidade, até a conclusão das  investigações visando o dirigente. Segundo alegações relatadas em uma investigação do jornal britânico The Guardian, Yves-Jean Bart estuprou várias menores de idade nos últimos anos.

Por Amélie Baron, correspondante da RFI em Porto Príncipe,

A proibição de Yves Jean-Bart de exercer qualquer atividade relacionada ao futebol em nível nacional e internacional, anunciada na segunda-feira (25) é válida por apenas 90 dias, mas essa medida preventiva da Fifa é um golpe para o "Dadou", como é mais conhecido no Haiti.

Ele preside a federação haitiana há vinte anos e sua reeleição para o sexto mandato em fevereiro não surpreendeu ninguém: não havia outros candidatos para a votação.

Yves Jean-Bart havia rechaçado as acusações de estupro contra menores de idade, denunciando um complô para afastá-lo. Ele até entrou com uma queixa em Paris contra um jornalista francês, um dos autores da investigação publicada no final de abril no jornal britânico The Guardian.

Na segunda-feira, 25 de maio, nem Jean-Bart nem a Federação haitiana reagiram após o anúncio da suspensão pela Fifa. 

Por outro lado, os defensores dos direitos humanos comemoraram a decisão que, segundo eles, permitirá que as investigações sejam realizadas com mais serenidade.

A investigação do jornal The Guardian

Em sua investigação publicada na quinta-feira, 30 de abril, o jornal britânico The Guardian afirma que jovens jogadoras foram vítimas de estupro ou agressão sexual nos últimos cinco anos.

Sob anonimato, as supostas vítimas revelaram ao diário britânico que pelo menos duas jogadoras menores de idade tinham abortado após violações cometidas por Yves Jean-Bart. 

No Haiti, a Polícia Judiciária e a Brigada para a Proteção de Menores anunciaram no início de maio a abertura de uma investigação sobre os supostos crimes sexuais que teriam sido cometidos no Centro Nacional de Treinamento.

 

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