PT rebate Ciro: "agressões a Lula e Dilma prejudicam unidade da oposição"
O PT classificou como "reiteradas agressões" as críticas proferidas do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) sobre os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e ao próprio partitdo, em entrevista concedida hoje ao UOL.
Ainda segundo o partido, o "linguajar debochado" do ex-aliado dificulta a construção de união entre os partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"As reiteradas agressões de Ciro Gomes ao presidente Lula à presidenta Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores confrontam o esforço dos partidos e lideranças da oposição para construir a unidade política contra o governo de extrema direita e em defesa da democracia, do país e do povo brasileiro", lê-se na nota assinada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o líder do partido na Câmara, Ênio Verri, e o líder no Senado, Rogério Carvalho.
"Num linguajar ofensivo e debochado, Ciro reproduz a narrativa dos golpistas que sabotaram o governo Dilma, aprofundando uma recessão pela qual a economia e sobretudo o povo trabalhador ainda pagam alto preço. E endossa as mentiras da Lava Jato e de Sergio Moro para condenar sem provas, prender e cassar os direitos de Lula, numa farsa judicial repudiada pela comunidade jurídica nacional e internacional", afirma o PT.
Lula é líder de falcatruas, diz Ciro
Ciro Gomes (PDT) afirmou que Lula é o líder das "falcatruas" que acontecem no país e tem culpa pela situação em que o Brasil se encontra hoje.
"O Lula é o líder [das falcatruas]. Só quem é um fanático lulista que vai desconhecer", afirmou. Perguntado sobre qual é a sua relação, hoje, com o petista, Ciro respondeu: "nenhuma". "Eu perdi o respeito por ele, completamente", declarou.
"O Lula é um politiqueiro e boa parte do que nós estamos vivendo no Brasil, nós devemos a ele", completou. Na avaliação de Ciro, o "bolsonarismo boçal e corrupto" só existe porque antes existiu o "lulopetismo boçal e corrupto".
"E quem era a Dilma? Alguém aqui acredita que a Dilma estava ali pela grande carreira política, pela experiência extraordinária que ela tinha de vereadora, de deputada, de governadora, de prefeita, ou ela foi pinçada e imposta pela popularidade do Lula para continuar mandando?", declarou.
Apesar das declarações, Ciro Gomes foi um dos críticos à prisão de Lula em 2018 e tentou visitar o ex-presidente na sede da Polícia Federal em Curitiba. As relações foram definitivamente rompidas depois que o PT não aceitou montar uma chapa presidencial na eleição de 2018 encabeçada por Ciro e com Fernando Haddad (PT) como vice. Os dois acabaram saindo candidatos em chapas separadas, com o pedetista caindo no primeiro turno e o petista sendo derrotado no segundo por Jair Bolsonaro (à época no PSL, hoje sem partido).
Lula já foi condenado em segunda instância em duas ações penais, ambas por corrupção e lavagem de dinheiro: o caso do tríplex de Guarujá (SP) e o do sítio de Atibaia (SP). O ex-presidente ficou preso por um ano e meio e deixou a cadeia em novembro do ano passado, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) voltou a proibir a execução da pena após condenação em segunda instância.
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