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Brasil teme confisco de máscaras em escala de voos da China, diz ministério

João Gabbardo, secretário-executivo do Ministério da Saúde, durante coletiva de imprensa - 12.mar.2020 - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
João Gabbardo, secretário-executivo do Ministério da Saúde, durante coletiva de imprensa Imagem: 12.mar.2020 - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
do UOL

Do UOL, em Brasília

09/04/2020 20h52

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou hoje que um dos desafios para que o Brasil consiga importar um lote de 240 milhões de máscaras da China é definir os países em que os voos farão escala no trajeto.

Há o temor de que a carga possa ser retida por outro país, já que, no momento, há uma corrida mundial por equipamentos de saúde utilizados no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

"Estávamos pensando que deveria vir amanhã, na sexta-feira (10). Essa primeira remessa vai atrasar um pouco mais por questões administrativas, burocráticas, questões que estão sendo equacionadas com a embaixada na China", disse Gabbardo.

"Tem o problema de onde é que o avião vai pousar na volta, porque a gente não quer correr o risco de o avião pousar e ocorrer uma retenção por parte desse país desses equipamentos de proteção. Então isso ainda está sendo estudado. Não será na sexta-feira, deverá ocorrer na próxima semana", disse o secretário-executivo da Saúde.

O primeiro lote, de 40 milhões de máscaras, estava previsto para chegar amanhã, mas terá a entrega atrasada pelos motivos citados por Gabbardo. Ele diz esperar que na próxima semana dois lotes cheguem ao país.

Apesar do atraso, Gabbardo afirmou que a compra dos equipamentos está confirmada e eles devem chegar ao país em lotes semanais.

O governo brasileiro montou uma grande operação para conseguir trazer os equipamentos. O governo espera utilizar, no total, 40 aeronaves fretadas para buscas os equipamentos comprados na China. A carga tem um peso total estimado em 960 toneladas.

Para o transporte, será concedido status de voo de Estado às aeronaves, o que garante, por exemplo, prioridade no pouso e decolagem.

O governo estima que cada voo deve durar cerca de 40 horas, sendo necessário ao menos uma escala.

Na semana passada, uma carga de 600 respiradores artificiais chineses comprada por estados do Nordeste ficou retida no aeroporto de Miami (EUA), onde fazia conexão aérea para ser enviada ao Brasil.

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil negou que o país tenha desviado os equipamentos.

Os governos da França e da Alemanha também acusaram os Estados Unidos de se apropriar de equipamentos comprados pelos países europeus.

Essa semana, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, relatou dificuldade com a importação de respiradores da China pela dificuldade de as empresas garantirem a entrega dos equipamentos.

"As compras na China estão praticamente todas elas não se confirmando", afirmou o ministro.

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