Bolsonaro volta a passear pelo comércio em meio à pandemia
Um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo, publicou no Twitter um vídeo da visita. Nele, o presidente aparece tocando em funcionários da padaria enquanto posa para fotos. Quase nenhuma das pessoas que apareceu no vídeo, incluindo membros da comitiva de Bolsonaro, seguiu a recomendação do Ministério da Saúde de manter distância de pelo menos um metro uma da outra.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, também aparece nas imagens.
O passeio ocorre no mesmo dia em que o Brasil voltou a registrar pela terceira vez consecutiva mais de cem mortos por coronavírus num mesmo dia. O total de vítimas da doença no país já chega 941.
Ao voltar para o Palácio da Alvorada, Bolsonaro falou com apoiadores sobre o passeio, segundo o jornal O Globo.
"Parei em uma padaria agora para tomar uma coca-cola. Você sabe o que é para mim atividade essencial? Toda aquela que é necessária para você levar um pão para a tua filha”, disse.
Essa não é a primeira vez que o presidente escancara com um passeio sua oposição a medidas de distanciamento social que vêm sendo adotadas pelo mundo e que são recomendadas pelo seu próprio Ministério da Saúde.
No dia de 29 de março, Bolsonaro já havia feito um giro parecido pelo comércio do Distrito Federal, um dia após o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recomendar que a população ficasse em casa. Nesta ocasião, Bolsonaro publicou vídeos do passeio no Twitter, mas eles acabaram sendo excluídos pela rede social por violarem as regras da rede sobre a divulgação de informações que possam colocar as pessoas em risco durante a pandemia.
Duas semanas antes desse passeio, ele também foi pessoalmente cumprimentar em Brasília centenas de pessoas que tomaram parte em uma manifestação de caráter anticonstitucional para pedir o fechamento do Congresso
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem aumentado o volume de críticas a medidas que possam restringir a circulação de pessoas ou a abertura do comércio, afirmando que o país precisa "voltar à normalidade” para não prejudicar a economia. Ele também já minimizou a pandemia como "uma gripezinha” e "resfriadinho”. O presidente chegou a afirmar friamente que "alguns vão morrer", mas que não se pode "parar uma fábrica de automóveis porque tem mortes no trânsito".
Bolsonaro defende apenas a adoção de uma quarentena parcial, com isolamento de grupos de risco, como idosos.
A ideia, no entanto, vai na contramão da maioria dos países que vem sendo severamente atingidos pela pandemia, que aplicaram mecanismos rígidos para desestimular a circulação de pessoas e aglomerações. No caso da Alemanha, o passeio que Bolsonaro realizou, por exemplo, seria punido com multa. O país europeu proibiu aglomerações de mais de duas pessoas. No comércio alemão, a ordem é manter distância de pelo um metro e meio de outras pessoas. Quem não cumprir a determinação pode ser multado em 200 euros (1.100 reais).
JPS/ots
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