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Nascimento da filha do "paciente um" renova esperança da Itália

08/04/2020 14h06

Roma, 8 abr (EFE).- No meio da grave pandemia do novo coronavírus que já matou mais de 17 mil pessoas na Itália, Giulia, o bebê recém-nascido do "paciente um", morador da cidade de Codogno que teve alta recentemente, veio trazer alguma esperança.

Mattia, 38 anos e atleta, foi internado em 20 de fevereiro no hospital de Codogno, na província da Lombardia, no norte da Itália, com pneumonia grave.

Foi o primeiro caso de coronavírus, o chamado "paciente um", não relacionado à China e que revelou que o vírus já estava circulando no país.

No dia 25 de março, após mais de um mês internado em estado grave, ele finalmente teve alta e na terça-feira, sua filha Giulia veio ao mundo depois que a mãe, Valentina, também superou o coronavírus quando já estava no oitavo mês de gestação.

"Que bela notícia. Nasceu Giulia, filha de Mattia e Valentina. Envio meus parabéns à mãe e ao pai de Codogno. E dou as boas-vindas a Giulia. Desejamos a você uma vida gloriosa", escreveu o presidente da Lombardia, Attilio Fontana, em seu Facebook.

O caso de Mattia foi descoberto graças à intuição da Dra. Annalisa Malara, do hospital de Codogno, que, vendo que o paciente, jovem e saudável, não estava melhorando e piorando, solicitou autorização para realizar o teste de coronavírus, que até aquele momento só havia sido realizado em italianos repatriados de Wuhan (China) ou para dois turistas chineses que passaram mal em Roma.

Nunca se soube como Mattia contraiu o vírus, pois ele não tinha qualquer relação com a China, e foi então que a Itália começou a acreditar que a Covid-19 já podia estar no país.

Sua esposa, grávida, também deu positivo, mas ela se recuperou no hospital em Milão, depois de alguns dias.

No dia 21 de fevereiro, alguns dias após ter sido internado em Codogno, Mattia foi transferido em estado grave para o hospital San Matteo, em Pavia, onde recebeu tratamento por mais de um mês com um coquetel experimental de drogas, antibióticos, antivirais e anti-HIV.

Já no dia seguinte, o vírus se espalhou para o norte e o governo italiano criou a primeira "zona vermelha" para bloquear 11 municípios: dez da Lombardia e um no Veneto, restrições que gradualmente, e diante da propagação da pandemia, se espalharam por toda a Itália.

Poucos dias antes de receber alta, a felicidade de Mattia por poder ir para casa e esperar o nascimento de sua filha foi manchada pela morte de seu pai, uma das 62 vítimas de Castiglione d'Adda, uma das aldeias da primeira zona vermelha.

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