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EUA ultrapassam 400 mil casos e 13 mil mortes por Covid-19

08/04/2020 21h27

Nova York/Washington, 8 abr (EFE).- Os Estados Unidos superaram nesta quarta-feira os 400 mil casos confirmados de Covid-19 e 13 mil mortes, com a doença cada vez mais espalhada por todo o país, mas com sinais de estabilização em alguns dos principais surtos.

De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, às 15h (de Brasília) de hoje, os EUA acumularam 402.923 casos positivos e 13.007 mortes, que estão aumentando a uma taxa de quase 2 mil por dia.

Nova York continua sendo o epicentro da pandemia, com mais de 142 pessoas contagiadas, muito próximos dos números da Espanha, e com 6.268 mortos, após um novo recorde de 779 nesta segunda.

E os números reais, como as autoridades admitiram, são certamente muito piores, já que as mortes fora dos hospitais não estão sendo contadas, a menos que o positivo para coronavírus já tenha sido confirmado antes. Apenas em Nova York, acredita-se que de 100 a 200 pessoas possam estar morrendo infectadas todos os dias em casa.

As contínuas sirenes de ambulância ouvidas na cidade e as imagens de corpos sem vida saindo dos hospitais para necrotérios improvisados ilustram a nova rotina da população, que usa máscaras ou outras formas caseiras de cobrir o rosto para ir às ruas.

NOVA YORK ACHATA CURVA.

A boa notícia é que a curva de contágio vem se achatando no estado de Nova York, segundo informações do governador Andrew Cuomo. Ele destacou que as novas hospitalizações estão sendo significativamente reduzidas, o que impede o colapso no sistema de saúde.

"Se a taxa de hospitalizações continuar caindo, o sistema deverá se estabilizar nas próximas duas semanas, o que minimizará a necessidade da capacidade extra que construímos", declarou Cuomo em entrevista coletiva nesta quarta.

O governador afirmou que os dados mostram que as medidas de contenção e o freio na atividade econômica estão funcionando, mas avisou que o número de vítimas pode continuar aumentando nos próximos dias, à medida que morram pessoas que lutam contra a doença há semanas.

VÍRUS SE ESTENDE POR TODO O PAÍS.

O vizinho New Jersey, o segundo estado mais atingido, passou de 1,5 mil mortes nesta quarta-feira, com um novo recorde de 275 em 24 horas, além de um total de quase 48 mil casos. Por outro lado, a região começa a dar sinais de que o contágio poderia começar a desacelerar.

Algo semelhante aconteceu no estado de Michigan, o terceiro com mais casos, onde os últimos números de Detroit, o principal foco, dão alguma razão para otimismo.

New Orleans (Louisiana), Chicago (Illinois) e o sul da Florida se mantêm como outros pontos quentes. Além disso, as autoridades estão preocupadas com a evolução da situação na capital federal, Washington, onde até agora foram registados cerca de 1,5 mil casos e menos de 30 mortes.

Segundo o principal epidemiologista do Governo dos Estados Unidos, Anthony Fauci, esta semana vai ser ruim para o país em termos de mortes, mas espera-se que na próxima seja vista uma mudança na tendência. Nem por isso, como disse o pesquisador à emissora "Fox News", pode haver um relaxamento das medidas para limitar o contágio.

Para responder à crise, os EUA estão cada vez mais concentrados na Califórnia, um dos primeiros focos. Com uma ação muito determinada, conseguiram limitar o número de registros, que ainda são inferiores a 18 mil em um estado com 40 milhões de habitantes.

Olhando para o futuro próximo, uma das principais preocupações é o avanço do vírus nas comunidades rurais, que têm menos recursos de saúde e, em geral, populações mais idosas, mais pobres e com mais problemas de saúde.

De acordo com as autoridades, o SARS-CoV-2 já atingiu mais de dois terços dos condados rurais do país, e um em cada dez já registou mortes.

AFRO-AMERICANOS E LATINOS SÃO OS MAIS AFETADOS.

Até agora, a Covid-19 atingiu sobretudo as grandes cidades e, dentro delas, as comunidades afro-americanas, com especial intensidade, e, em menor grau, as comunidades latinas.

No caso da população negra, desde o início desta semana vários estados têm feito soar o alarme, com a Louisiana à frente, onde 70% dos mortos são afro-americanos, apesar de representarem apenas um terço da população.

Números provenientes de locais como Illinois e Michigan mostram também que a comunidade negra vem sendo afetada de forma desproporcionada pela doença.

Nova York, que com o seu elevado número de casos e uma população muito diversificada tem uma amostra mais representativa, veio confirmar a tese nesta quarta-feira, oferecendo os seus primeiros dados do tipo.

Na cidade, os hispânicos são os mais prejudicados, com 34% das mortes apesar de representarem 29% da população, enquanto os negros são responsáveis por 28% das mortes quando constituem 22% dos residentes locais.

Embora os números não sejam tão significativos quanto em outros estados, as autoridades anunciaram medidas para responder a essa disparidade. Por um lado, o governo regional vai aumentar o número de testes entre as minorias e, por outro, a cidade vai lançar uma importante campanha de informação e sensibilização em vários idiomas.

NOVAS MEDIDAS NA ECONOMIA.

Devido ao impacto econômico da pandemia, o Congresso dos EUA analisou nesta quarta-feira um novo pacote de assistência com mais fundos para as pequenas e médias empresas, bem como para os governos estaduais e locais, poucos dias depois de ter entrado em vigor o plano de estímulo orçamental de US$ 2 trilhões.

O montante total atualmente em discussão entre republicanos e democratas poderá atingir US$ 500 bilhões, enquanto está prevista para quinta-feira a votação de uma ajuda adicional de US$ 250 bilhões para as companhias de menor porte, depois que os anteriores US$ 350 bilhões terem sido esgotados pela elevada procura de petições.

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