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Órgão indígena confirma 1º caso de covid-19 em ianomâmi; jovem está na UTI

Contraprova apontou que adolescente indígena de 15 anos tem covid-19; ele está em UTI em Boa Vista (RR) - iStock
Contraprova apontou que adolescente indígena de 15 anos tem covid-19; ele está em UTI em Boa Vista (RR) Imagem: iStock
do UOL

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

08/04/2020 13h54Atualizada em 08/04/2020 14h18

O Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) ianomâmi informou em comunicado oficia ontem que um adolescente de 15 anos da etnia está contaminado com o coronavírus e internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intesiva) do Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista.

O povo ianomâmi vive entre os estados Amazonas e Roraima e na Venezuela. No Brasil eles possuem terra indígena de 9,6 mil hectares. Na área vivem 26 mil índios de oito povos, com a presença de grupos isolados e não contatados. A região tem sido alvo de avanço de madeireiros.

Segundo o comunicado do Dsei, o indígena contaminado está com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e deu entrada no hospital no dia 3 de abril.

Inicialmente, o teste deu negativo, mas a contraprova apontou que o indígena está com covid-19. "Diante desse resultado, a equipe do Dsei vem realizando medidas protocoladas e as recomendações do que determina o Ministério da Saúde, conforme plano de contigência elaborado pelo Comitê de Gerenciamento de Crise da Covid-19 do referido DSEI", explica.

Segundo o ISA (Instituto SocioAmbiental), especialista em questões ambientais e indígenas, há seis casos de infectados em terras indígenas do país, além de outros casos de índios que vivem em cidades.

Uma indígena de 87 anos, da etnia borari, morreu no dia 19 em Alter do Chão, município de Santarém, no Pará. Porém, como ela vivia em cidade, não foi contabilizada pela Distrito Indígena local

Na página de alerta sobre covid-19 patra indígenas, o ISA afirma que "estudos em várias partes do mundo e no Brasil atestam que os índios são mais vulneráveis a epidemias em função de condições sociais, econômicas e de saúde piores do que as dos não índios, o que amplifica o potencial de disseminação de doenças."

"Condições particulares afetam essas populações, como a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, seja pela distância geográfica, como pela indisponibilidade ou insuficiência de equipes de saúde", afirma o instituto

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