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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta quarta-feira (08)

Médico David Uip - MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Médico David Uip Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Do UOL, em São Paulo

08/04/2020 14h31

Com o aumento de casos de covid-19 no Brasil, a pressão no sistema de saúde já começa a causar apreensão em algumas cidades e estados. No Pernambuco, por exemplo, 80% dos 118 novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) montados no estado para receber pacientes do novo coronavírus estão já ocupados. No Amazonas, o colapso é uma ameaça ainda maior, com 95% de ocupação de UTIs e respiradores.

Neste cenário, o Ministério da Saúde assinou o primeiro acordo com um fabricante nacional de respiradores hospitalares desde que a pandemia de coronavírus atingiu o país. Numa força conjunta, a Magnamed, responsável pelo projeto, utilizará a capacidade de produção em larga escala da Flextronics, montadora internacional que normalmente atende o mercado de telecomunicações e tecnologia, para entregar 6.500 aparelhos até agosto, com expectativa de 2.000 unidades no primeiro mês.

Além do número de leitos e respiradores, uma preocupação que tem crescido é com os profissionais da saúde. Ontem, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) divulgou que 16 profissionais de enfermagem morreram com suspeita da doença. Destes, oito casos tiveram diagnóstico confirmado.

Hoje, mais uma morte confirmada. A prefeitura de Porto Alegre confirmou que uma técnica de enfermagem de 44 anos e histórico de doença respiratória não resistiu após dar entrada na UTI no dia 2 de abril. Foi a primeira morte de uma profissional da saúde no estado.

O número reforça a importância em abastecer de forma eficiente os hospitais com equipamentos de proteção para todos funcionários envolvidos no atendimento de pacientes com covid-19. Só na Itália, 120 médicos e enfermeiros morreram até agora vítimas do novo coronavírus.

Bolsonaro dá indireta a David Uip, que rebate

No campo político, o embate entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o governador de São Paulo, João Doria, acabou envolvendo o médico David Uip, chefe do chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus no Estado.

Tudo começou quando Bolsonaro, ao defender o uso da hidroxicloroquina, postou nas redes sociais um texto questionando, em suas palavras, "dois renomados médicos no Brasil que se recusaram a divulgar o que os curou da covid-19". "Seriam questões políticas, já que um pertence a equipe do Governador de SP?", questionou.

Bolsonaro não citou nomes, mas recentemente David Uip se recuperou da infecção pelo novo coronavírus e não respondeu se fez o uso de hidroxicloroquina. Hoje, ele manteve a postura e rebateu o presidente. "Quero falar uma coisa para o senhor presidente. Presidente, eu respeitei seu direito de não revelar o seu diagnóstico. Respeite meu direito de não revelar o meu tratamento".

Bolsonaro é cobrado por não ter mostrado os resultados dos exames que, segundo ele, indicaram que ele não contraiu o novo coronavírus. O presidente realizou três exames para detectar o vírus depois que mais de 20 pessoas da comitiva que viajaram com ele para os Estados Unidos no início do mês passado contraíram a covid-19.

João Doria também entrou no debate e acusou Bolsonaro de querer politizar um tema sério. "É lamentável ler e ouvir uma declaração como essa. O presidente da República insiste infelizmente em politizar um tema tão grave quanto essa crise de saúde, a mais grave da história do país. Insiste, coloca sempre na disputa política. Deveria, sim, ser colocado no âmbito técnico, do entendimento, e através do Ministério da Saúde", disse Doria em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) os estudos disponíveis acerca da eficácia desses medicamentos ainda não são conclusivos e seu uso foi permitido nos casos graves de forma experimental, porque não há ainda tratamento específico conhecido para a doença.

Ontem, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que está em estudo a autorização do uso da hidroxicloroquina e da cloroquina para pacientes com quadros leves da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Médicos e pesquisadores em diferentes países têm estudado o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento a pacientes com o novo coronavírus.

Saques de até R$ 1.045 do FGTS liberados a partir de junho

No campo econômico, o Governo Federal anunciou, por meio de uma medida provisória divulgada no Diário Oficial da União de hoje, a liberação de R$ 1.045 para saques nas contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a partir do dia 15 de junho.

O dispositivo diz que a medida foi tomada em "em razão do enfrentamento do estado de calamidade pública e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da pandemia de coronavírus (covid-19)". Os titulares de contas vinculadas no sistema poderão sacar de 15 de junho de 2020 até 31 de dezembro de 2020 o saque de recursos até o limite de R$ 1.045 por trabalhador.

A mesma medida também extingue o Fundo PIS-Pasep, instituído por lei complementar em 1975, e transfere o seu patrimônio para o FGTS. De acordo com o texto, o patrimônio acumulado nas contas individuais dos participantes do Fundo PIS-Pasep ficará preservado.

Já em relação à ajuda emergencial de R$ 600 por mês a informais e autônomos, aprovada pelo governo federal por conta da pandemia do coronavírus, a promessa é que o valor esteja na conta de quem solicitar em até cinco dias úteis. A promessa foi feita hoje pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, em entrevista à Globonews.

Reino Unido registra quase 1.000 mortes por covid-19 em 1 dia

Na Europa, o Reino Unido nos últimos dias passa a ser uma das principais preocupações em relação à pandemia. O número de mortes em um único dia voltou a bater recorde com o registro de 938 mortes. Com isso, o número total de mortes chegou a 7.097.

Depois de uma tendência de baixa, a Espanha registrou pelo segundo dia um aumento no número de mortes diárias. Em boletim divulgado hoje, o Ministério da Saúde informou que 757 pessoas morreram no período. O número total de óbitos é de 14.555.

Na Itália, a quarta-feira ficou marcada pela morte do atleta italiano Donato Sabia, que tinha 56 anos e participou de duas finais olímpicas. O boletim de hoje mostra que o país registrou 542 óbitos nas últimas 24 horas, chegando a 17.669 desde o início da pandemia.

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