Cinco coisas para saber sobre o avanço do coronavírus na Espanha

Madri, 8 Abr 2020 (AFP) - Segundo país mais atingido pela COVID-19, a Espanha registrava nesta quarta-feira (08) 147.000 casos confirmados e 14.600 mortes por coronavírus, embora as autoridades de saúde afirmem que o pico de infecções já foi superado.

Essas são as cinco coisas importantes que se deve saber sobre a pandemia na Espanha:

- Rebote de mortes pelo segundo dia -Depois de ter diminuído o número de mortes diárias pelo coronavírus de 950 em 2 de abril, a Espanha registrou 757 novas mortes nesta quarta-feira, um rebote pelo segundo dia consecutivo. Seu número global de mortes desde o início do surto aumentou para 14.555.

O número diário de casos notificados também sofreu uma ligeira recuperação e o acumulado foi de 146.690.

- "Desaceleração do vírus" -Apesar dessas recuperações, em termos percentuais, o aumento das mortes e dos novos casos permaneceu estável, uma tendência que, segundo as autoridades de saúde, confirma que a epidemia se estabilizou.

"Atingimos o primeiro objetivo de chegar no pico da curva e estamos em uma fase de desaceleração", afirmou o ministro da Saúde, Salvador Illa, no Congresso dos Deputados.

"O segundo objetivo deve ser reduzir ainda mais sua propagação (do vírus). Precisamos garantir que o número de altas supere o de novos pacientes", acrescentou.

- Redução na pressão de terapia intensiva -Devido ao tempo decorrido entre o contágio de um paciente e a necessidade de hospitalização, "ainda há semanas difíceis para o nosso sistema de saúde", alertou o ministro Illa.

Embora alguns hospitais tenham ficado sobrecarregados ou estejam trabalhando até o limite de sua capacidade, especialmente nas regiões mais afetadas, como Madri ou Catalunha, a pressão sobre o sistema de saúde e as unidades de terapia intensiva (UTI) como um todo diminuiu nos últimos dias, afirmou María José Sierra, do centro de emergências sanitárias.

"Sim, há uma diminuição neste hospital em específico e acredito que em todos os hospitais", destacou à AFP José Rivera, porta-voz do Hospital Severo Ochoa de Leganés, subúrbio de Madri.

- Confinamento relaxado -Desde 14 de março, os 46,6 milhões de espanhóis se encontram submetidos a um rigoroso confinamento, que lhes permite sair de suas casas apenas para comprar produtos essenciais ou levar o cachorro para passear. A medida será prorrogada até 25 de abril.

As autoridades, que geralmente elogiam a adesão ao confinamento, alertaram para um certo relaxamento nestes dias, coincidindo com a semana da Páscoa.

Existe um "setor minoritário que não pensa em ajudar todos nós contra a pandemia", criticou nesta quarta-feira o comissário da Polícia Nacional, José García Molina, citando por exemplo o caso de um homem que foi detido em Elche (sudeste) após acumular 32 multas da polícia por estar na rua sem justificativa.

- Tulipas e aplausos -Em agradecimento ao trabalho da equipe de saúde, um centro de pesquisas científicas de Madri anunciou nesta quarta-feira que enviou centenas de tulipas do seu jardim botânico aos hospitais de Madri.

Esse gesto se une a outros, como a chegada de desenhos infantis e cartas de encorajamento aos hospitais ou os aplausos diários às 20h00 locais, que os espanhóis lhes dedicam de suas varandas.

du/pmr/mb\aa