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Semana Santa na quarentena terá missa online e proibição de lava-pés

Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Belo Horizonte, é vista fechada em meio à pandemia do coronavírus - Alex de Jesus/O Tempo/Estadão Conteúdo
Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Belo Horizonte, é vista fechada em meio à pandemia do coronavírus Imagem: Alex de Jesus/O Tempo/Estadão Conteúdo
do UOL

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

05/04/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Tradicional celebração cristã, a Semana Santa terá mudanças em 2020 pela pandemia do novo coronavírus
  • Orientações do Vaticano englobam missas online e proibição do lava-pés
  • CNBB sugere citar profissionais da saúde e pesquisadores de vacina em orações

Tradicional celebração cristã, a Semana Santa, que se inicia hoje com o Domingo de Ramos, terá contornos diferentes neste ano devido à pandemia da doença covid-19.

Por orientação do Vaticano, a reunião dos fiéis nas igrejas católicas deve dar lugar à participação nas celebrações transmitidas pela televisão ou pelas redes sociais. Já para este Domingo de Ramos, por exemplo, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pede para que os fiéis fiquem em casa e coloquem alguns ramos no portão ou na porta de entrada das residências.

Seguindo as determinações do Vaticano, a cerimônia de lava-pés, realizada na Quinta-Feira Santa para representar o momento em que Jesus Cristo lavou os pés de seus discípulos, está proibida.

No Brasil, a realização de eventos religiosos presenciais (como cultos e missas) virou palco de disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a Justiça. O presidente havia autorizado, via decreto, que as cerimônias acontecessem mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. Na última quinta-feira (2), a Justiça Federal em Brasília proibiu pela segunda vez a realização dos eventos, enquanto durar a crise sanitária no país.

Transmissões ao vivo

O documento elaborado pelo Vaticano reitera que "a data da Páscoa não pode ser transferida", mas orienta padres e bispos a celebrarem missas sem a participação do povo — cenário em que entram as transmissões ao vivo, para que os fiéis sejam envolvidos à distância aos rituais que celebram a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

"A recomendação é de que todos fiquem em casa, sobretudo as pessoas que fazem parte do grupo de risco", escreveu o cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, em artigo publicado no site da Arquidiocese de São Paulo.

"Isso, porém, não significa que a nossa Igreja tenha entrado 'em quarentena' ou abandonado o povo justamente quando ele mais necessita", observou o cardeal no texto.

Ele lembra que há cerca de uma semana, em um ato inédito, o Papa Francisco realizou uma missa sozinho diante da Praça de São Pedro vazia, com transmissão por diferentes meios de comunicação.

O gesto será repetido pelo papa. As celebrações do Domingo de Ramos, às 11h de hoje, da Quinta-Feira Santa (9), às 18h, e da Sexta-Feira Santa, também às 18h, serão transmitidas pelos canais do Vaticano no YouTube e no Facebook. Francisco celebrará ainda a missa do domingo de Páscoa (12) às 11h.

Orações pelos profissionais da saúde e pesquisadores

Ainda entre as orientações publicadas pelo Vaticano em seu decreto, há também a sugestão para que, na oração universal da Sexta-Feira Santa, os bispos dediquem uma intenção especial àqueles que se encontrarem em "situação de perda, de doentes e de falecidos".

Para essa oração, a CNBB sugere a leitura de um texto que fala especificamente da pandemia da covid-19. O trecho pede o fortalecimento dos profissionais de saúde que têm se dedicado a enfrentar a doença e a inspiração dos cientistas que trabalham na pesquisa de uma vacina contra o novo coronavírus.

"Oremos ao Deus da vida, salvação do seu povo, para que sejam consolados os que sofrem com a doença e a morte, provocadas pela pandemia do novo coronavírus; fortalecidos os que heroicamente têm cuidado dos enfermos; e inspirados os que se dedicam à pesquisa de uma vacina eficaz", diz o texto.

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