'Eu tive de gravar dez vezes o primeiro vídeo', diz professora
"O primeiro vídeo tive de gravar dez vezes, eu estava muito séria, não é como estar com as crianças na sala", conta Lúcia. "A maior dificuldade é não saber como estão recebendo a aula que gravei." Ela se diz assustada com a situação atual, com os casos que não param de crescer, e a filha que mora em São Paulo.
Pesquisa Instituto Península mostra que 90% dos docentes estão preocupados com a sua saúde. E já relatam problemas psicológicos. "Vejo o risco de isso aumentar. Com estrutura emocional abalada, os professores precisam ainda se ressignificar profissionalmente", diz a diretora executiva do instituto, Heloísa Morel.
O estudo também mostrou que a maioria dos professores da rede privada acha que seu papel neste momento é interagir com os alunos on line. Entre os de escolas públicas, os índices são baixos. Nas redes municipais e estaduais ainda são poucas as iniciativas de ensino remoto e os docentes foram colocados em férias.
"Professores, que tanto reclamavam que os alunos falam muito em sala em de aula, agora reclamam que ninguém fala nada. Todos são ensinados a deixar o microfone no mudo", brinca Bruno Romano Rodrigues, de 31 anos, professor de História no Colégio Mary Ward. "O professor fica um pouco sem chão quando falta a percepção do coletivo, de como está a turma, do que está dando certo, se precisa fazer pausa, uma piada. Definitivamente, o presencial é a maneira de concretizar o ensino e a aprendizagem.". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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