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Alemanha propõe fundo de resgate europeu em luta contra coronavírus

03/04/2020 15h02

Berlim, 3 Abr 2020 (AFP) - O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, se mostrou favorável à ativação do Mecanismo Europeu de Estabilidade (Mede) nesta sexta-feira para apoiar as economias dos Estados europeus diante da pandemia de coronavírus.

"Proponho usar os instrumentos existentes", disse o ministro em entrevista ao grupo de imprensa alemão Funke, acrescentando que a estratégia deve se basear nos empréstimos concedidos pela ESM aos estados "sem condições sem sentido".

A proposta busca tranquilizar alguns países do sul, como a Itália, que temem que os empréstimos do Mede sejam feitos em troca de políticas de austeridade orçamentária.

"Minha proposta é que os instrumentos existentes sejam utilizados de maneira rápida e eficaz", como um plano de três pilares, baseado em empréstimos do Mede aos Estados, o estabelecimento de seguro-desemprego a nível europeu e o Banco Europeu de Investimentos", explicou Scholz.

No entanto, o ministro manteve sua oposição à mutualização da dívida na forma de "coronabonds".

Há vários dias, alguns países europeus, como Espanha, França e Itália, pressionam a Alemanha, Áustria, Holanda e Finlândia a mudar de posição sobre esse assunto e pedem que certas dívidas sejam mutualizadas para enfrentar a crise.

O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte reclamou a medida nos últimos dias em entrevistas na mídia alemã.

Nesta sexta-feira, ele escreveu no jornal italiano La Repubblica que a mutualização da dívida poderia "financiar os esforços extraordinários que a Europa terá que fazer" e que "de forma alguma ela procura compartilhar a dívida de cada um de nossos países".

Ainda assim, Scholz sustentou que "o que me parece importante é uma solução, não as manchetes ou os chavões".

Segundo seu esquema, o Mede poderia emprestar a cada Estado até 2% de sua produção anual.

"Para a Itália, seriam cerca de 39 bilhões de euros", estima Scholz.

Além disso, o Banco Europeu de Investimento emprestaria 50 bilhões de euros (US$ 54 bilhões) às empresas.

Por outro lado, o ministro alemão apoiou a proposta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de estabelecer um seguro-desemprego a nível europeu.

"Se empregarmos esses três instrumentos, daremos um sinal muito forte de solidariedade na Europa na batalha contra o coronavírus", disse Scholz à Funke.

Quando perguntado se a moeda comum europeia sobreviverá à pandemia, o responsável respondeu afirmativamente.

"Aprendemos com a crise financeira e a crise da dívida e tomamos as decisões corretas para fortalecer o euro", insistiu.

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