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Landers, da BTG Asset, reduz aposta no Brasil e amplia no Chile

Felipe Marques e Vinícius Andrade

02/04/2020 17h21

(Bloomberg) -- Com os mercados da América Latina particularmente abalados pelo colapso das bolsas globais, um dos investidores mais conhecidos da região foi buscar abrigo nas empresas do Chile. Will Landers, chefe de ações para a América Latina da BTG Pactual Asset Management, diz que o país andino se destaca dos seus pares regionais ao agir rapidamente para enfrentar o surto de coronavírus.

"Reduzimos Brasil e usamos uma parte para comprar Chile e outra para aumentar o caixa", afirma em entrevista. "Em geral, estamos mantendo uma postura mais defensiva, com mais caixa do que o habitual."

O Ibovespa caiu 53% desde o início do ano em dólar - o pior desempenho entre os principais mercados globais. O índice IPSA do Chile caiu 33% no período.

Landers, que trabalhou por 17 anos na BlackRock antes de ingressar na gestora do BTG, diz que o seu fundo tem cerca de 5% em posição de caixa, sendo que estava quase totalmente alocado em ativos antes da piora dos mercados.

Na terça-feira, o banco central do Chile reduziu pela segunda vez a taxa de juros do país em menos de um mês, expandindo também um programa de compra de títulos bancários em US$ 4 bilhões e estendendo-o a todos os vencimentos. A atual taxa de 0,5% corresponde ao piso histórico alcançado após a crise financeira e deve ser um impulso para os bancos, diz Landers.

No Brasil, que compõe a maior parte dos ativos de seu fundo, Landers passou do otimismo quase sem precedentes à cautela. Setores de consumo básico e de comércio eletrônico, devem se sair bem, mesmo com restrições impostas pela quarentena, e são algumas das apostas mais fortes, disse ele.

Landers também está confiante de que o Brasil voltará aos trilhos com sua agenda de reformas após o término da pandemia. "O Brasil estava no caminho de se tornar um país de menor risco e vai voltar para esse caminho depois da crise."

©2020 Bloomberg L.P.

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