Topo
Notícias

Suas ações caíram 50%? Elas precisarão subir 100% para recuperar as perdas

do UOL

Vinicius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/04/2020 04h00

A atual crise, causada pelo coronavírus, fez com que a Bolsa operasse com muita volatilidade, ou seja, com os preços variando para baixo e para cima em um determinado período.

Se um dia o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa brasileira, despenca 10%, no outro parece se recuperar e subir 10%.

Mas, no que muitos não prestam atenção é que, a cada queda, a recuperação fica mais difícil. Não basta subir exatamente o percentual que caiu, pois o valor da ação não será o mesmo.

Por exemplo: uma ação da Petrobras cotada a R$ 10, que registre uma queda de 50%, acaba o dia cotada a R$ 5. Caso ela, no próximo dia, suba os mesmos 50%, irá a R$ 7,50. Então, ainda que a ação suba o mesmo percentual da queda, não voltará ao patamar de preço anterior. Precisaria subir 100% de R$ 5 para voltar aos R$ 10.

"Isso ocorre porque o cálculo é sempre feito a partir do valor do investimento", disse Marco Tulio Padilha, professor de economia da Faap (Fundação Alvares Armando Penteado).

Padilha fez os cálculos de quanto uma ação ou o índice Ibovespa precisa subir novamente, em porcentagem, para recuperar o valor nominal:

Quedas recentes precisarão de alta mais vigorosa

De acordo com Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV, a forma de cálculo, pouco conhecida por investidores iniciantes, faz com que muita gente se confunda em relação à real recuperação das carteiras.

"O grande ponto é que calculamos os retornos fazendo uma conta simples de divisão. Uma ação valia R$ 100. Passa um dia, cai 10%. Ela vai para R$ 90. O preço dessa ação ficou menor, então para subir para o mesmo patamar dos R$ 100, ela precisa subir mais do que o percentual que caiu", afirmou.

Segundo ela, o Ibovespa, que em 2020 tem uma queda acumulada de 34%, precisará subir cerca de 65% para se recuperar.

"No dia 2 de janeiro deste ano, o Ibovespa estava nos 118.573 pontos. Desconsiderando o pregão desta sexta, o índice encerrou em 77.709 pontos. Então, neste ano, até 26 de março, o índice perdeu pouco mais de 34%. Para ele voltar aos 118 mil pontos, ele vai ter que subir cerca de 65%, o que ainda não ocorreu", disse.

Veja mais economia de um jeito fácil de entender: @uoleconomia no Instagram.
Ouça os podcasts Mídia e Marketing, sobre propaganda e criação, e UOL Líderes, com CEOs de empresas.
Mais podcasts do UOL em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas.

Notícias