Espanha bate recorde de mortos e enfrenta polêmica por testes ineficazes para coronavírus
Com a confirmação de 769 mortes em 24 horas, a Espanha registrou um novo recorde de vítimas diárias devido ao coronavírus na Europa, de acordo com o novo balanço divulgado nesta sexta-feira (27) pelas autoridades do pais.
A Espanha é o segundo país europeu mais atingido pela Covid-19, com um total de 4.850 mortes, atrás apenas da Itália que contabiliza 8.160 mortes até o momento.
Além do aumento de novos casos de falecimento ou contágio, os espanhóis estão envolvidos ainda em uma polêmica sobre o atraso no combate à doença devido à devolução de 58 mil testes rápidos para a China. O material não passou nos controles de qualidade por não cumprirem as especificações e não serem considerados confiáveis.
Os testes chineses devolvidos têm uma sensibilidade muito baixa que não detecta se uma pessoa está infectada. A devolução da remessa por Madri comprometeu a realização em massa de diagnósticos, que é uma das recomendações da Organização Mundial da Saúde para detectar o maior número possível de infectados para isolá-los e interromper a transmissão do novo coronavírus.
Os testes rápidos funcionam como um exame de gravidez que indica, em cerca de 15 minutos, se o resultado da amostra é positivo, negativo ou sem validade.
Os produtos adquiridos no lote, segundo o Instituto de Saúde Carlos III, têm uma sensibilidade de 30%, quando deve ultrapassar 80%. A empresa que fabricou os testes é a Shenzhen Bioeasy Biotechnology e, de acordo com a embaixada da China na Espanha, não estava entre os fornecedores recomendados pelo país para a compra de equipamentos médicos.
O secretário da Saúde da região de Madri, Enrique Ruiz Escudero, disse que o Ministério da Saúde forneceu à cidade 9.450 testes para detectar o coronavírus. O material deu 70% de resultados negativos falsos. A constatação foi feita em laboratório e também "no campo de batalha".
Polêmica
A situação provocou uma grande controvérsia que chegou até à Câmara dos Deputados, onde o ministro da Saúde, Salvador Illa, ouviu as críticas da oposição que acusaram sua gestão "desleixada". Os opositores também acusaram o governo de gerar "desconfiança" da população com o sistema público de saúde.
O governo afirmou que a Espanha comprou uma remessa de um fornecedor nacional, que importou da China o material que tinha homologação europeia. Isso significa que o produto poderia ser comercializado em todo o bloco europeu.
Diante das críticas da oposição, o executivo espanhol lembrou que o mercado internacional desses produtos é atualmente muito competitivo, com todos os países tentando comprar testes que estão se tornando escassos. As condições de comercialização são consideradas duras, uma vez que os produtos devem ser pagos à vista e, em muitos casos, sem data de entrega bem definida.
A devolução deste material não está relacionada com um acordo entre o Governo da Espanha e da China para a compra de 5,5 milhões de testes, que serão entregues a partir deste fim de semana.
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