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Chile é um dos principais produtores da cocaína que chega à Espanha, diz ONU

27/02/2020 19h12

Viena, 27 fev (EFE).- A ONU afirmou nesta quinta-feira que o Chile, ao lado de Brasil e Colômbia, tornou-se um dos principais fornecedores de toda a cocaína que costuma ser apreendida na cidades espanholas de Valência e Algeciras, duas importantes entradas da droga na Europa.

"O tráfico de drogas, particularmente o cloridrato de cocaína, por via marítima dos portos do Chile para a Europa, continuou aumentando nos últimos anos", indica o relatório anual de 2019 do Conselho Internacional de Controle de Narcóticos da ONU (INCB, sigla em inglês) sobre a situação mundial das drogas.

O documento recorda as grandes apreensões de cloridrato de cocaína (cocaína em pó) em 2018 na Colômbia (414,5 toneladas), Venezuela (35,5), Peru (19,5), Bolívia (18,1), Chile (3,7) e Uruguai (0,6).

"Esse droga continua sendo transportado da Colômbia principalmente por via marítima, com lanchas, embarcações submersíveis e semi-submersíveis, veículos subaquáticos não tripulados e boias equipadas com dispositivos de rastreamento por satélite", explica o INCB.

O relatório também indica que a Colômbia deixa a base de coca para ser processada fora do país, "fato que corrobora as apreensões dessa substância" em águas internacionais e em outros países da América do Sul, como Argentina, Brasil, Chile e Uruguai.

Os principais mercados de drogas da América do Sul continuam sendo os Estados Unidos e Europa. Além das rotas marítimas do Chile, Brasil e Colômbia, "nos últimos anos, grupos criminosos organizados transportaram grandes quantidades de drogas ilícitas da Colômbia, através da Venezuela", afirma.

"Para controlar esse tráfico, principalmente a cocaína da América Central para os EUA, grupos criminosos organizados controlam os portos marítimos e usam aviões leves, com os quais realizam voos ilegais", afirmou o INCB.

A ONU diz que na Venezuela há indícios de que os narcotraficantes "conseguiram se infiltrar nas forças de segurança do governo" e criaram uma rede informal conhecida como Cartel de los Soles (Cartel dos Sóis).

O Conselho reconhece os numerosos esforços das autoridades no combate às drogas, mas enfatiza que atualmente "não existe um instrumento jurídico regional específico para lidar com a ameaça de novas substâncias psicoativas potencialmente perigosas".

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