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Bancos de Wall St cortam previsão de crescimento para Brasil a menos de 2%

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gráfico, economia, recessão, crise, bandeira do brasil Imagem: Getty Images

Jamie McGeever

Da agência Reuters, em Brasília

27/02/2020 16h18

O Bank of America reduziu hoje sua perspectiva de crescimento econômico para o Brasil em 2020 para menos de 2%, enquanto o JP Morgan cortou a projeção ainda mais abaixo dessa linha, que muitos observadores dizem ser altamente sensível para o governo do presidente Jair Bolsonaro.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e outras autoridades têm dito repetidamente que as reformas econômicas do governo e as baixas taxas de juros produzirão crescimento confortavelmente acima de 2% neste ano, com Guedes confiante em 2,5%.

Mas vários indicadores econômicos têm vindo mais fracos que o esperado recentemente, e a imprensa tem relatado que Bolsonaro está ficando cada vez mais frustrado com Guedes conforme parece cada vez mais provável que o esperado crescimento de 2% deste ano esteja em risco.

Citando o impacto na economia chinesa proveniente do surto de covid-19, os economistas do BofA e do JP Morgan reduziram, pela segunda vez neste ano, as estimativas de crescimento para o Brasil em 2020, com o BofA diminuindo o número de 2,2% para 1,9% e o JP Morgan, de 1,9% para 1,8%.

"O surto de coronavírus deve impactar negativamente as exportações. Dado o maior impacto esperado do vírus e os contínuos indicadores de atividade econômica sem sinal uniforme no Brasil, reduzimos nossa previsão em outros 30 (pontos-base)", afirmaram os economistas do banco, David Beker e Ana Madeira, em relatório publicado nesta quinta-feira.

Os economistas do JP Morgan disseram que o crescimento dos investimentos neste ano agora será menor em 5,0%, enquanto as exportações cairão 0,5% —ante previsão anterior de alta de 0,5%.

"Considerando tudo, vemos agora o PIB de 2020 subindo 1,8%, um décimo abaixo da nossa estimativa publicada no início deste mês", escreveram.

A previsão oficial de crescimento do governo para 2020 permanece em 2,4%, embora o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, tenha dito à Reuters, em uma entrevista este mês, que a taxa pode ser revisada.

Alguns analistas do setor privado, como a empresa de pesquisa britânica Capital Economics, estão mais pessimistas, prevendo um crescimento de 1,5% este ano.

A mais recente pesquisa Focus do Banco Central mostrou que a estimativa de crescimento foi reduzida a 2,20% este ano, 0,03 ponto percentual a menos do que na semana anterior, permanecendo em 2,50% para 2021, conforme mediana das projeções.

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