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Em meio à crise com o Executivo, Rodrigo Maia passa Carnaval recheado de encontros políticos em Paris

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em compromisso em Paris, na França - Rodrigo Maia/Divulgação
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em compromisso em Paris, na França Imagem: Rodrigo Maia/Divulgação

25/02/2020 16h30

Poucos dias após a fala do general Augusto Heleno sobre o Congresso brasileiro ser formado por "chantagistas", aumentando a tensão nas já difíceis relações entre o Executivo e o Legislativo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), viajou para passar o carnaval em Paris.

Maia chegou à capital francesa no domingo (23) à noite e foi recebido pelo Embaixador do Brasil em Paris, Luis Fernando Serra, na segunda-feira (24), além de ter se encontrado com o seu homônimo Richard Ferrand, presidente da Assembleia Nacional francesa.

Na quarta-feira (19) da semana passada, veio a público o vazamento de um áudio do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, em que este se queixava dos parlamentares e da pressão que estes fariam para derrubar os vetos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O general falou em "chantagem" dos parlamentares para aumentar o controle sobre o orçamento da União. Na ocasião, Maia aproveitou para alfinetar o general, dizendo que este não atacou o Congresso quando este votava pelo aumento do salário dos militares de reserva.

A este episódio se seguiu a convocação para que o povo vá às ruas, no próximo 15 de março, contra o Congresso. Não se sabe se por isso ou por outros motivos, Maia optou por não falar com a imprensa em Paris. A reportagem da RFI esteve em dois dos eventos previstos na sua agenda e foi informada de que ele não falaria. Em ambos, ele saiu direto do carro para encontros privados.

Almoço com o empresariado francês

A agenda desta terça-feira (25) foi a mais cheia e incluiu almoço com empresários franceses que têm interesse no Brasil.

Maia se reuniu, na residência do Embaixador do Brasil em Paris, com representantes de empresas como Airbus, L'Oréal, Sanofi, o banco Crédit Agricole, as empresas do ramo de energia EDF e Engie, a petroleira Total e o Naval Group, entre outras, além do presidente do conselho de Administração da Câmara de Comercio Brasil-França.

Rodrigo Maia esteve também com o diretor de relações institucionais e internacionais da Federação Francesa de Futebol, Kenny Jean-Marie, e com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), José Ángel Gurría, num momento em que o Brasil parece estar mais perto de conseguir uma vaga na organização.

Uma carta de apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil no clube dos países desenvolvidos foi apresentada no último dia 15 de janeiro. A ajuda da maior economia do mundo, porém, não garante o ingresso.

A candidatura do Brasil deverá ser avaliada por todos os 36 países que integram a OCDE. O aceite final depende de uma análise detalhada das políticas brasileiras, levantamento de dados e evidências a serem examinados em diferentes comitês da OCDE.

Mas fica até esta quarta-feira (26) em Paris, onde cumpre agenda oficial pela manhã, com um encontro com o encarregado de Turismo de Lille, e segue para Madri amanhã à tarde.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Maia viajará a Espanha para discutir sobre formas de financiar o esporte, junto ao presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos. O parlamentar vai encontrar o presidente da La Liga, Javier Tebas. Entre os assuntos na pauta, direitos de transmissão, apostas esportivas e fair play financeiro.

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