Dois lados rivais na Líbia suspendem negociação política em Genebra
Trípoli, 24 Fev 2020 (AFP) - Os dois lados rivais líbios anunciaram que no momento não participarão do diálogo político organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima quarta-feira (26).
O Parlamento deste país, que apoia o marechal Khalifa Haftar, anunciou que não participará do encontro porque a missão da ONU na Líbia (UNSMIL, em inglês) não aprovou os seus 13 representantes.
Seu rival, o Alto Conselho do Estado (equivalente ao Senado), com sede em Trípoli e que apoia o Governo da União Nacional (GNA), indicou por sua vez que prefere esperar o progresso das negociações militares.
"Será a partir das conclusões (das negociações militares) que o Alto Conselho de Estado decidirá se participará ou não do diálogo político".
Interrogado pela AFP, o porta-voz da missão da ONU disse que tentará manter de todas as formas o início do diálogo político.
"O diálogo político líbio será mantido como previsto, no próximo 26 de fevereiro. Muitos participantes já chegaram a Genebra e esperamos que os outros participantes convidados façam o mesmo", declarou Jean El Alam.
"Se a missão da ONU insiste em organizar o encontro político na data prevista antes de saber as conclusões do diálogo militar, o Alto Conselho de Estado não se considera vinculado às conclusões do diálogo político", disse em coletiva de imprensa o presidente do Conselho, Khaled el Meshri.
Uma comissão militar conjunta, integrada por dez autoridades militares, se reuniu até o último domingo em Genebra e chegou ao projeto de um "acordo de cessar fogo" que deve acabar em março, segundo a Missão.
Desde 2015, duas autoridades rivais disputam o poder na Líbia: o GNA, reconhecido pelas Nações Unidas e com sede em Trípoli, e um poder chefiado pelo marechal Haftar no leste, que em abril do último ano lançou uma ofensiva para conquistar Trípoli.
rb-ila/hj/af/mb/mis/bn
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