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Sanders lidera em Nevada, apontam primeiros resultados

22/02/2020 21h13

Las Vegas, Estados Unidos, 23 Fev 2020 (AFP) - O senador Bernie Sanders lidera entre os pré-candidatos democratas nas primeiras rodadas de votação das prévias deste sábado em Nevada, de acordo com os primeiros resultados que, se confirmados, o colocariam como favorito para enfrentar o presidente Donald Trump nas eleições presidenciais de 3 de novembro.

Nesta terceira votação interna do Partido Democrata para definir seu representante para concorrer à Casa Branca, depois de Iowa e New Hampshire, Sanders lidera a votação de acordo com as primeiras projeções e, portanto, pode aumentar sua vantagem antes das prévias da "Super terça-feira" de 3 de março, dia em que 14 estados votam simultaneamente.

Os filiados do partido começaram a escolher seus representantes a partir do meio-dia (17H00 de Brasília) deste sábado neste estado com cerca de 3 milhões de habitantes, famoso pelos cassinos e paisagem desértica, onde os latinos representam 20% do eleitorado, num processo que acontece em assembleias cidadãs conhecidas como caucus.

De acordo com os primeiros resultados divulgados pela mídia americana com 5% dos votos, esse senador que representa ideias da esquerda tem uma vantagem muito confortável sobre os rivais que o seguem: o ex-vice-presidente Joe Biden, o ex-prefeito moderado Pete Buttigieg e a senador Elizabeth Warren.

Em Las Vegas, vários cassinos sediaram as assembleias. Nos quartos luxuosos do Bellagio Hotel, muitos trabalhadores aproveitaram a oportunidade para votar no intervalo para o almoço.

O processo em Nevada foi ofuscado por informações divulgadas nos últimos dias sobre uma nova tentativa de interferência russa nas eleições americanas.

Sanders chega como líder, mas as denúncias de que Moscou supostamente pretendia beneficiar sua candidatura podem abalar sua posição.

O processo em Nevada foi ofuscado por informações divulgadas nos últimos dias sobre uma nova tentativa de interferência russa nas eleições americanas.

Se confirmada a tendência, a candidatura do ex-vice-presidente Biden, que iniciou a corrida pela primária como favorita, receberia uma importante bola de oxigênio, após obter resultados decepcionantes nas duas primeiras votações, em Iowa e New Hampshire.

Essa tendência deixa Biden melhor diante da votação na Carolina do Sul no sábado 29, onde lidera as pesquisas com 24%.

Na sexta-feira, Sanders se tornou alvo, após os relatos de funcionários do governo americano que revelaram supostas tentativas da Rússia de favorecer sua candidatura.

Em um clima político polarizado e com a opinião pública abalada após a campanha de interferência de Moscou nas eleições de 2016 a favor de Trump, sobre a qual várias agências de inteligência americanas concordam, os relatos poderiam prejudicar Sanders, candidato independente que se apresenta como um "socialista democrático".

O senador por Vermont rebateu as denúncias e enviou uma mensagem direta ao presidente russo Vladimir Putin: "Fique longe das eleições americanas e, como presidente, vou garantir que ele faça isso".

Embora não esteja claro o alcance da trama russa nem a motivação, a denúncia poderia ajudar potencialmente a campanha de reeleição de Trump, já que muitos acreditam que para o presidente seria mais fácil vencer um candidato de esquerda como Sanders, em comparação a uma opção mais moderada como o ex-vice-presidente Joe Biden.

"Em 2016, a Rússia usou propaganda pela internet para semear a divisão e, pelo que entendo, está fazendo de novo em 2020", afirmou Sanders em um comunicado.

- Bloomberg, o grande ausente -Nevada, um estado mais diverso que os dois que já votaram, tem 20% de latinos entre os eleitores. Vários candidatos tentam ganhar força em um momento crucial das primárias.

Biden, que começou a disputa como favorito e agora luta para permanecer na disputa após um desempenho humilhante em Iowa e New Hampshire, está em segundo nas pesquisas em Nevada com 16%.

Um resultado ruim neste sábado pode ser fatal para a campanha de Biden.

O caucus de Nevada também é crucial para a senadora Elizabeth Warren, cuja campanha ressurgiu após o debate de democrata de quarta-feira em que criticou duramente o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, exigindo que revogue os acordos de confidencialidade assinados por sua empresa com várias mulheres.

Bloomberg não disputa o caucus deste sábado, pois decidiu concentrar sua campanha na "Super Terça", para a qual gastou mais de 360 milhões de dólares de sua fortuna pessoal.

A campanha de Bloomberg anunciou na sexta-feira que liberaria dos acordos de confidencialidade três mulheres por casos relacionados a queixas após comentários feitos pelo bilionário no ambiente de trabalho.

Também na sexta-feira, o Twitter informou que suspendeu 70 contas por publicações similares a spam que apoiavam Bloomberg, cuja campanha contratou centenas de pessoas para promovê-lo nas mídias sociais.

"Adotamos medidas contra um grupo de contas por violar nossas regras contra a manipulação da plataforma e o spam", disse um porta-voz da plataforma.

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