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Governo da França promete ajuda a estações de esqui sem neve

Rudy Ruitenberg

21/02/2020 16h33

(Bloomberg) -- Depois que uma estação de esqui francesa nos Pirineus usou um helicóptero para cobrir suas encostas com neve, a ministra do Meio Ambiente da França, Elisabeth Borne, prometeu ajudar resorts de montanha a lidar com os efeitos da mudança climática e dos invernos cada vez mais quentes.

Em reunião "construtiva" com Borne no final da quinta-feira, representantes do setor de esqui concordaram que o transporte aéreo de neve não é sustentável e deve ser evitado, disse Laurent Reynaud, delegado-geral da associação Domaines Skiables de France. O governo vai elaborar um plano nos próximos seis meses para os resorts de montanha afetados, informou após a reunião.

"As mudanças climáticas já são realidade em nossos resorts", disse Reynaud. Ele afirmou que Borne entende o que está em jogo, e a reunião permitiu uma ampla discussão sobre como tornar os resorts de montanha sustentáveis. "Não basta dizer 'haverá menos neve'. Temos que nos adaptar, temos que mudar."

A França é um dos três principais destinos de esqui do mundo, com cerca de 10 milhões de visitantes anuais, disputando a liderança com Áustria e EUA. Temperaturas recorde neste inverno provocaram chuvas nas montanhas francesas em vez de neve, às vezes em altitudes muito altas, segundo a agência de meteorologia da França.

Transporte de neve

Esquiar é um grande negócio para o país: os turistas devem gastar 10 bilhões de euros (US$ 10,8 bilhões) em resorts franceses nesta temporada, incluindo 1,5 bilhão de euros em passes de teleférico, de acordo com Reynaud. Embora alguns resorts não tenham neve, a situação é normal em 80% deles, disse.

Há uma semana, a área de esqui de Luchon-Superbagnères, nos Pirineus, transportou 50 toneladas de neve para salvar sua temporada de inverno. Borne tuitou sua desaprovação, dizendo que a prática "não é uma rota possível".

--Com a colaboração de Laura Millan Lombrana e Akshat Rathi.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

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