Alemanha reabre debates sobre discurso de ódio e controle de armas após ataque em bares
O governo da Alemanha ouviu clamores para endurecer as leis de posse de armas e acelerou os esforços para rastrear simpatizantes da extrema-direita depois que se revelou que o suspeito de um dos maiores ataques a tiros desde a Segunda Guerra Mundial publicou um manifesto racista.
O homem de 43 anos, que seria o responsável por matar nove pessoas em dois bares de narguilé de Hanau, cidade do sudoeste do país, publicou o documento, que contém teorias conspiratórias e opiniões profundamente racistas, na internet.
O suspeito, que acredita-se ter se matado a própria mãe, pertencia a um clube de tiro, o que faz com que se questione como um homem com tais convicções ideológicas conseguiu se filiar e obter as armas usadas no ataque.
"Precisamos de leis novas e mais rígidas para verificar constante e minuciosamente os proprietários de licenças de caça e porte de armas de fogo", escreveu o Bild, o jornal mais vendido da Alemanha, em sua primeira página. "Precisamos imediatamente de mais cargos (de inteligência) para monitorar radicais de direita e intervir antes que seja tarde demais."
A procuradoria-geral alemã disse nesta sexta-feira que o suspeito tinha licença para duas armas, e ainda não está claro se ele tinha contato com outros simpatizantes da extrema-direita em casa ou no exterior.
Em outubro, o governo da chanceler, Angela Merkel, proibiu a venda de armas a membros de grupos extremistas monitorados pelas agências de segurança e obrigou plataformas de internet a informarem à polícia sobre conteúdos de ódio.
Estas medidas vieram na esteira do assassinato de um político alemão pró-imigração em junho e um ataque cometido quatro meses depois por um atirador antissemita em uma sinagoga e uma loja de kebab em Halle e transmitido ao vivo em redes sociais.
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