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Presidente alemão lamenta "ato terrorista" no oeste do país

20/02/2020 07h54

Presidente alemão lamenta "ato terrorista" no oeste do país - Onze pessoas morrem após ataques a tiros em bares de narguilé em Hanau. Procuradoria Geral assume investigação e diz haver indícios de motivos xenófobos. Presidente manifesta solidariedade com vítimas de "ódio racista".O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, lamentou nesta quinta-feira (20/02) o "ato de violência terrorista" ocorrido na noite anterior em Hanau, no oeste do país, e que deixou um total de 11 mortos, incluindo o atirador.

"O meu profundo pesar e minha compaixão vão para as vítimas e para seus familiares. Desejo aos feridos uma rápida recuperação. Estou do lado de todas as pessoas ameaçadas pelo ódio racista. Elas não estão sozinhas", afirmou o presidente.

A Procuradoria Geral alemã assumiu a investigação dos dois ataques a tiros ocorridos em Hanau, devido a seu "significado especial", e um porta-voz disse haver indícios de que o crime teve motivos xenófobos.

O suposto autor dos ataques foi encontrado morto em sua casa ao lado de outro corpo não identificado algumas horas após os incidentes, informou nesta quinta-feira a polícia alemã. Segundo o especialista em terrorismo da TV estatal alemã ARD Holger Schmidt, o outro corpo encontrado no apartamento é da mãe do suposto atirador.

De acordo com o portal da revista Der Spiegel, investigadores encontraram um bilhete do atirador reivindicando a autoria do crime, além de vídeos do homem, que foram postados na internet e apresentam teorias da conspiração.

Segundo o tabloide Bild, o suposto autor agiu por motivos de extrema direita. O homem é um alemão, de acordo com o veículo. Ele possuía uma licença de caça. Ainda conforme o jornal, foram encontradas munições no automóvel do suspeito.

Os ataques ocorreram em dois bares de narguilé fumadores de narguilé – também conhecido como shisha, um tipo de cachimbo de água. Policiais e veículos de imprensa informaram que os primeiros tiros foram disparados por volta das 21h (horário local) no bar Midnight, no centro da cidade. Testemunhas dizem ter ouvido cerca de oito ou nove disparos.

Em seguida, o agressor fugiu do local em um carro escuro, segundo a polícia. Houve então um segundo ataque num outro bar de narguilé chamado Arena Bar & Café, no bairro de Kesselstadt, no oeste de Hanau.

Segundo a imprensa local, três pessoas foram mortas em frente ao primeiro bar, e cinco pessoas, em frente ao segundo. A polícia disse que outras cinco pessoas ficaram feridas. Durante a madrugada, uma das pessoas gravemente feridas nos ataques morreu, elevando o número de vítimas para dez.

"Foi uma noite terrível, que com certeza ainda permanecerá conosco por muito, muito tempo, como uma triste memória", afirmou o prefeito da cidade, Claus Kaminsky.

"Nossos pensamentos nesta manhã estão com as pessoas de Hanau, no meio de quem foi cometido um crime horrível", escreveu o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, no Twitter.

O ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, também se disse chocado com o ocorrido. "Após esta noite terrível, nossos pensamentos estão com os mortos, suas famílias e parentes. Desejamos aos feridos uma rápida recuperação", acrescentou Maas.

Hanau, no estado de Hesse, possui cerca de 100 mil habitantes e fica a aproximadamente 25 quilômetros de Frankfurt.

A Alemanha foi alvo de uma série de ataques terroristas nos últimos anos, um dos quais matou 12 pessoas em um mercado de natal no coração de Berlim em dezembro de 2016. Os ataques de extrema direita tornaram-se uma preocupação particular das autoridades alemãs.

Em outubro de 2019, um homem armado tentou invadir uma sinagoga na cidade de Halle, no leste alemão, durante o Yom Kippur, principal feriado judaico. Ele matou duas pessoas nas proximidades e feriu outras duas perto de uma lanchonete turca.

O agressor transmitiu todo o ataque ao vivo pela internet, enquanto fazia declarações misóginas e xenófobas. Ao confessar o crime, ele admitiu ter motivações antissemitas e de extrema direita.

Em junho passado, o político conservador Walter Lübcke foi assassinado em sua casa. O extremista de direita Stephan Ernst confessou o crime, alegando que resolveu matar o chefe do conselho administrativo do distrito de Kassel devido a seu posicionamento simpático a imigrantes e refugiados.

Na semana passada, a polícia prendeu 12 suspeitos de integrar uma célula terrorista de extrema direita que estaria planejando atentados contra mesquitas, políticos e refugiados em vários estados.

MD/dpa/afp/ap/rtr

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