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Ex-assessor de Trump é condenado a mais de três anos de prisão

20/02/2020 16h30

Washington, 20 Fev 2020 (AFP) - O aliado de longa data de Donald Trump, Roger Stone, foi condenado a 40 meses de prisão, nesta quinta-feira, por impedir uma investigação do Congresso, em um caso sobre a interferência política do presidente dos EUA no sistema judicial.

Stone, veterano do partido republicano e um dos confidentes mais antigos de Trump, foi acusado em novembro de mentir para o Congresso, adulterar uma testemunha e obstruir a investigação da Câmara sobre se a campanha de Trump conspirou com a Rússia para manipular as eleições de 2016.

"A verdade ainda existe", afirmou a juíza Amy Berman Jackson ao pronunciar sua sentença, na qual acrescentou uma multa de US$ 20 mil a Stone.

"A verdade ainda importa. A insistência de Roger Stone de que isso não importa, sua beligerância, seu orgulho de suas próprias mentiras são uma ameaça para nossas instituições mais fundamentais, para o próprio fundamento de nossa democracia", acrescentou a juíza.

Conhecido pelo estilo excêntrico, Stone chegou sorridente ao tribunal, vestindo um sobretudo preto.

Ele não havia sido imediatamente enviado à prisão, já que a aplicação da sentença foi prorrogada por causa de um recurso da defesa que solicitava um novo julgamento.

Na época, Trump havia aumentado a polêmica sobre o julgamento ao classificar como um erro a recomendação de sete a nove anos de prisão para seu aliado de longa data.

Nos dias seguintes, o Departamento de Justiça recuou dizendo que a sentença tinha sido "exagerada", o que gerou a demissão de quatro promotores.

Logo, o presidente voltou ao Twitter para elogiar o procurador-geral, Bill Barr, por intervir em um caso que "estava totalmente fora do controle".

A juíza do caso - que o proibiu de postar conteúdos em suas redes sociais durante o julgamento depois que ele publicou uma foto dela na qual aparece um símbolo que parece um alvo - criticou a forma como Stone se comunica.

"Ao escolher o Instagram e o Twitter como suas plataformas oficiais, ele entendeu que estava multiplicando o número de pessoas a ter acesso as suas mensagens, usando da opinião pública contra o Ministério Público e o tribunal", ressaltou Jackson.

"Isso é inaceitável para a administração da Justiça, e a Corte não deveria simplesmente dar de ombros dizendo que se trata apenas de 'Roger sendo Roger'", finalizou a magistrada.

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