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Dois soldados turcos morrem em ataque aéreo na província síria de Idlib

20/02/2020 20h06

Ancara, 20 Fev 2020 (AFP) - Dois soldados turcos morreram nesta quinta-feira e outros cinco ficaram feridos em um ataque aéreo na província de Idlib, noroeste da Síria. O incidente ocorre em um momento em que a Rússia levanta o tom contra o governo turco acusando-o de "apoiar terroristas".

"Dois de nossos irmãos de armas caíram como mártires e cinco ficaram feridos em um ataque aéreo na região de Idlib", declarou o ministério da Defesa turco em comunicado, acrescentando que a Turquia respondeu com bombardeios.

O ministério turco não especificou quem realizou o ataque, mas o diretor de Comunicações da presidência turca, Fahrettin Altun, acusou imediatamente o regime de Bashar al-Assad de ser o autor.

"O sangue de nossos mártires não ficará sem vingança", declarou no Twitter.

Esse incidente pode prejudicar ainda mais as relações na região de Idlib entre as forças turcas e as do regime de Damasco, apoiadas por Moscou.

Apesar de seus interesses opostos na Síria, Turquia e Rússia cooperam há vários anos para encontrar uma solução para o conflito neste país que, desde 2011, deixou pelo menos 380.000 mortos.

No entanto, nos últimos dias, a Rússia e a Turquia aumentaram o tom entre si.

Nesta quinta-feira, o Ministério da Defesa russo instou a Turquia a parar de apoiar "grupos terroristas" na região de Idlib.

Denunciando ataques de posições turcas que feriram quatro soldados sírios, o exército russo pediu em seu comunicado ao "lado turco que pare de apoiar ações de grupos terroristas e de fornecer armas".

De acordo com este texto, as "formações terroristas realizaram vários ataques maciços" contra posições sírias nas regiões de Al Nayrab e Qaminas, ao sul de Idlib.

Horas mais tarde, a Turquia afirmou que não busca um confronto com a Rússia na Síria.

"Não temos a intenção de enfrentar a Rússia", afirmou o ministro da Defesa Hulusi Akar à filial turca da CNN, acrescentando que os diálogos sobre a Síria com autoridades russas vão continuar.

A situação humanitária em Idlib é grave desde o lançamento, em dezembro, de uma ofensiva do regime, que busca controlar o último reduto rebelde dominado pelos jihadistas.

Nesta quinta, durante uma conferência telefônica com o líder russo, Vladimir Putin, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron expressaram preocupação sobre "a situação humanitária catastrófica" na província de Idlib, segundo informações do governo alemão.

Merkel e Macron "expressaram sua vontade de ruenir-se com os presidentes Putin e Erdogan para chegar a uma solução política para a crise", ressaltou o comunicado alemão.

Segundo as Nações Unidas, desde dezembro cerca de 900 mil pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, fugiram da violência no noroeste da Síria. Desse total, aproximadamente 170 mil dormem ao ar livre, apesar das duras condições do período de inverno.

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