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Sistema do BC transfere dinheiro pelo celular 24h por dia e paga até ônibus

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
do UOL

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

19/02/2020 11h18

Resumo da notícia

  • Sistema vai permitir transferência de valores em tempo real a qualquer momento do dia ou da noite, inclusive fim de semana
  • Será possível mandar em dez segundos dinheiro para um parente ou pagar ônibus pelo celular, por exemplo.
  • Meta do projeto é reduzir custos do sistema financeiro
  • Lançamento oficial do sistema é previsto para novembro

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, detalharam hoje como será o Pix, o novo sistema de pagamentos instantâneos que começa a funcionar no país em novembro. Será possível mandar em dez segundos dinheiro para um parente ou pagar o ônibus pelo celular, por exemplo.

Segundo o BC, os pagamentos instantâneos vão permitir as transferências monetárias eletrônicas nas quais a transmissão da ordem de pagamento e a disponibilidade de fundos para o usuário recebedor ocorre em tempo real e cujo serviço está disponível durante 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias no ano.

"Esse é um dos projetos mais importantes que temos neste ano", disse Campos Neto em coletiva de imprensa em São Paulo. "O mundo demanda meios de pagamentos que sejam ao mesmo tempo baratos, rápidos, transparentes e seguros", afirmou o presidente do BC.

Segundo ele, o projeto vai permitir o barateamento das transações e participação de mais empresas —as fintechs— no sistema financeiro.

Transferência em 10 segundos

As transferências vão ocorrer diretamente da conta de quem paga para a conta de quem recebe, sem a necessidade de intermediários, o que reduz os custos de transação. "As transações serão realizadas em dez segundos no máximo", disse o diretor Pinho de Mello.

Após o lançamento do Pix, os grandes bancos e as empresas de pagamento terão que oferecer essa alternativa de transação aos clientes.

Atualmente já é possível fazer transferências de valores em tempo real, por meio das carteiras digitais, as e-wallets. Mas são transações feitas dentro de sistemas fechados que não se comunicam com os concorrentes.

Plataforma aberta

Por meio do Pix, isso será amplificado e aberto. "Todos os agentes de mercado poderão participar da plataforma", disse o diretor do BC. Segundo Pinho de Mello, o BC vai fornecer a plataforma, e sobre essa plataforma as transações serão realizadas.

Entre as transações que poderão ser realizadas estão transferências de pessoa para pessoa, pagamento de contas ou recolhimento de impostos e de taxas, como taxas aduaneiras e de passaporte, além de serviços públicos, como transporte urbano.

O diretor do BC disse que, além da transação em tempo real, o Pix vai permitir a especificação do que foi realizado.

Como funciona

A transação do pagamento instantâneo na plataforma do BC, poderá ser feita por QR code, uso de chave de endereçamento (senha) ou outras formas, como por aproximação. "Será tão fácil quanto um bate-papo num chat", disse Pinho de Mello.

O Pix é então a plataforma do BC que poderá ser utilizada pelos aplicativos de qualquer banco ou fintech para fazer transações de pagamentos ou transferências. É como uma estrada que estará disponível para o mercado fazer as transações.

No momento da transação, a pessoa clica no ícone Pix, que estará no app de seu banco ou fintechs ou loja de varejo, dentre os vários exemplos. Ao abrir essa opção, a transação será feita dentro do sistema de pagamentos instantâneos.

Ao inserir o número do celular do recebedor da transação, todos os dados do destinatário já serão carregadas, como o CPF ou CNPJ, e a conta bancária ou digital para o qual o valor será transferido.

Quem está transferindo o montante preenche o valor e clica para a transação ser concluída.

A mesma transação poderá ser feita por um QR Code, que abre na tela do celular os dados do recebedor do valor a ser transferido.

Os custos das transações vão depender do mercado, cabendo às instituições financeiras ou bancos definirem suas políticas de preços, que poderão ser inclusive gratuitas.

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