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Após esvaziar Moro e recuar, Bolsonaro diz que todos ministros são iguais

Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Justiça, Sergio Moro, em Brasília - ADRIANO MACHADO
Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Justiça, Sergio Moro, em Brasília Imagem: ADRIANO MACHADO
do UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

24/01/2020 10h09

Um dia após esvaziar publicamente o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que "todos os ministros" são "iguais" e que, no Brasil, "alguns setores ainda teimam" em criticar o governo.

Durante a semana, o presidente sinalizou que estudava recriar o Ministério da Segurança Pública, o que tiraria poder de Moro. O ex-juiz da Lava Jato comanda hoje essa área, que foi fundida ao escopo do Ministério da Justiça no ano passado.

Foi nessas condições que o ex-magistrado aceitou o convite para renunciar à carreira e assumir o cargo no Executivo.

Na chegada à Índia, na manhã de hoje, o mandatário já havia recuado e afirmado que, no momento, a chance de ocorrer uma separação ministerial entre Justiça e Segurança é "zero". No entanto, ele fez uma ressalva e ponderou que, em política, tudo pode mudar.

"A chance [de separar os ministérios] no momento é zero. Tá bom ou não? Tá bom, né? Não sei amanhã, política tudo muda. Não há essa intenção de dividir. Não há essa intenção."

Posteriormente ao recuo, em um vídeo publicado em sua página no Facebook, Bolsonaro declarou que todos os seus 22 subordinados "são importantes". Ele não citou Moro durante a transmissão.

Quando disse que estudaria a separação, ontem, Bolsonaro afirmou que Moro ficaria com a pasta da Justiça, como teria sido acertado ao convidar o ex-juiz federal para o governo, segundo ele. O presidente, no entanto, ressaltou que o ministro seria contra a mudança.

A possibilidade de recriação do Ministério da Segurança Pública pode ser mais um lance no embate quase sempre silencioso entre Bolsonaro e Moro, hoje com uma popularidade maior que a do chefe, segundo pesquisas de opinião pública, e considerado um potencial candidato na eleição presidencial de 2022.

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