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Novo vírus causa 17 mortes em província da China; total no país é incerto

22/01/2020 16h08

Pequim, 22 jan (EFE).- As autoridades da província de Hubei, na China, onde teve origem o novo coronavírus que causou uma epidemia de pneumonia, especialmente na cidade de Wuhan, elevaram nesta quarta-feira para 17 o número de mortes por esta doença, que segundo a Comissão Nacional de Saúde do país asiático pode sofrer mutações e se propagar com facilidade.

O governo provincial organizou uma entrevista coletiva na qual também atualizou o número de casos confirmados da doença na região para 444. Até as 20h (horário local; 9h de Brasília), tinham sido registrados 69 novos casos em Hubei, dos quais 62 foram detectados na capital, Wuhan, epicentro da epidemia.

Somente hoje, segundo as autoridades provinciais, oito pessoas morreram devido à doença.

Por enquanto, o número total de casos e mortes em todo o país é incerto, já que a Comissão Nacional de Saúde não atualizou os números desde a manhã. Os últimos dados indicavam que o número de casos confirmados na China era de 440, e o de mortes era de 9, ambos inferiores aos registrados apenas em Hubei.

Esse saldo, agora obsoleto, foi divulgado hoje mais cedo na primeira entrevista coletiva da Comissão Nacional de Saúde desde que a epidemia foi detectada, no final de dezembro do ano passado.

"Embora a rota de transmissão do vírus ainda não tenha sido totalmente compreendida, existe a possibilidade de mutação e o risco de propagação", disse nesta quarta o vice-diretor da Comissão, Li Bin, aos jornalistas presentes.

Li admitiu a possibilidade e manifestou preocupação com o grande número de viagens esperado para as comemorações do Ano Novo Lunar, que começam nesta sexta-feira, mas destacou as medidas de prevenção e controle que o governo chinês tem colocado em prática.

Medição da temperatura de viajantes em portos, aeroportos e estações de ônibus e trem, monitoramento de quem sofre dos sintomas da doença (febre, fadiga, tosse seca, dificuldade de respirar) e designação de hospitais específicos para o tratamento e isolamento de pacientes são algumas dessas medidas.

Embora a origem exata do vírus não tenha sido encontrada, todas as hipóteses apontam para um mercado de peixes e frutos do mar em Wuhan - onde vivem cerca de 11 milhões de pessoas. Com isso, a venda de animais vivos foi proibida na cidade.

"Basicamente, não vão a Wuhan. E aqueles que já estão em Wuhan, por favor, não saiam da cidade", pediu Li.

O vice-diretor disse que, embora a nova pneumonia seja considerada uma doença contagiosa do tipo B, ela está sendo tratada sob os protocolos projetados para as do tipo A, a mais alta na escala local.

Além disso, para ajudar a combater a epidemia, a Seguridade Social chinesa anunciou que as despesas médicas relacionadas com o tratamento de novas pneumonias serão totalmente cobertas com verbas públicas através de um sistema de reembolso.

A imprensa local e as redes sociais têm divulgado vários conselhos sobre como evitar o contágio, como o uso de máscaras (o aumento drástico do uso é notado nas ruas de Pequim), a necessidade de lavar as mãos frequente e minuciosamente e evitar aglomerações, já que as autoridades de saúde do país asiático comprovaram que o vírus é transmissível entre humanos.

O vírus já está presente em pelo menos 13 províncias chinesas, além das regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau, que confirmaram os primeiros casos nesta quarta-feira.

Além das fronteiras chinesas, pelo menos quatro casos foram detectados até agora na Tailândia e um, cada, em Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Estados Unidos. Muitos países têm monitorizado passageiros da China durante dias para minimizar o risco de contágio.

Javier Triana.

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