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Promotores holandeses afirmam que pai isolou filhos em fazenda e cometeu abusos

21/01/2020 15h13

Por Stephanie van den Berg

ASSEN (Reuters) - Um pai que enfrenta acusações de abuso sexual em um tribunal holandês manteve seis de seus nove filhos em cativeiro por quase uma década em uma fazenda isolada, afirmando que "espíritos do mal" entrariam em seus corpos caso conversassem com pessoas de fora, disseram promotores nesta terça-feira.

Gerrit-Jan van Dorsten, de 67 anos, é acusado de detenção ilegal, abuso de crianças e lavagem de dinheiro. Agora adoentado após um derrame, ele está incapacitado de falar e não compareceu à audiência de julgamento na cidade de Assen, durante a qual sua custódia foi estendida por três meses.

Em outubro, a polícia encontrou Van Dorsten e cinco filhos adultos na fazenda em Ruinerwold, no norte da Holanda, depois que um sexto filho escapou e chegou a um bar nas proximidades. A população local alertou a polícia.

“Todas os filhos relatam punição física caso fossem considerados sob a influência de espíritos. Isso aconteceu desde muito jovens, com crianças de 4 ou 5 anos”, disse a promotora Diana Roggen aos juízes.

“Os castigos consistiam em espancamentos, às vezes com um pedaço de pau ou outros objetos, puxando os cabelos, às vezes fazendo-os ficar em banho frio por horas. Às vezes, eram agredidos a ponto de ficarem inconscientes.”

Os juízes aceitaram um pedido da acusação para que Van Dorsten seja submetido a avaliações neurológicas e psiquiátricas, e afirmaram que os advogados de defesa podem interrogar os filhos, quatro homens e cinco mulheres, que agora são todos adultos.

Os seis filhos mais novos foram mantidos em isolamento desde o nascimento e separados dos irmãos mais velhos. Uma filha de 15 anos foi transferida para outra cidade, enquanto um filho de 12 anos foi forçado a viver sozinho em uma caravana.

Van Dorsten disse aos filhos que a morte de sua mãe, em 2004, foi culpa deles por terem contato com o mundo exterior.

"Eu tinha um espírito ruim e não queria transferi-lo para eles", disse uma das crianças aos promotores durante o interrogatório anterior.

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