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Lava Jato denuncia 'doleiro dos doleiros' sob acusação de evasão de divisas

Doleiro Dario Messer - Reprodução/Facebook
Doleiro Dario Messer Imagem: Reprodução/Facebook
do UOL

Do UOL, em São Paulo*

21/01/2020 11h32Atualizada em 21/01/2020 15h31

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro denunciou Dário Messer, conhecido como "doleiro dos doleiros", e outras três pessoas sob a acusação de evasão de divisas nas chamadas operações dólar-cabo.

De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), os atos de evasão de divisas foram realizados pelos advogados Antônio Augusto Figueiredo Basto e Luiz Gustavo Flores, que são sócios e estão entre os denunciados.

Procurados pelo UOL, os advogados Basto e Flores negaram ter cometido crimes. Segundo eles, a conta bancária citada na denúncia foi declarada e impostos referentes a ela foram pagos.

Ambos atuam, principalmente, em Curitiba. Eles foram responsáveis pela negociação de diversos acordos de delação premiada da Lava Jato.

Já a defesa de Dario Messer, que está preso desde o ano passado, se manifestou em nota. "Os fatos narrados na denúncia não correspondem com a verdade. A Defesa acredita na justiça, tanto que após as audiências, com a apresentação de documentos e laudos periciais, Dario Messer provará sua inocência."

Segundo a denúncia os dois promoveram, de dezembro de 2008 a outubro de 2012, em co-autoria com o doleiro Marco Antônio Cursini, a saída de divisas para o exterior no valor total equivalente a US$ 2.528.212,55 (cerca de R$ 10,54 milhões pelo câmbio atual), sem autorização legal, por meio da realização de 32 operações conhecidas como dólar-cabo. Também houve operações ilegais em francos suíços e em euros, diz a denúncia.

O que diz a denúncia

Ao todo, segundo o MPF, são 35 atos de evasão de divisas, por meio de transferências bancárias, provenientes de diversas contas, de diferentes titularidades, para contas em banco no exterior, em nome de offshore ligada a contas sob controle de Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores. Em ao menos sete vezes dessas operações houve a participação de Dário Messer.

Além disso, entre 2016 a 2017, ocorreram operações inversas, em que Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores, em co-autoria com Marco Antônio Cursini, venderam dólares para contrapartes que enviaram ilegalmente divisas para o exterior. Tais operações são chamadas de dólar-cabo invertido.

Ao todo, através de oito operações de dólar-cabo invertido, foi possível promover a saída ilegal para o exterior de divisas no equivalente a US$ 3.527.172,52 (valor correspondente a R$ 14,7 milhões, pelo câmbio atual). Dário Messer teria participado de, pelo menos, três dessas operações.

Na denúncia, Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores ainda são acusados de manter, por diversos anos seguidos, contas no exterior não declaradas às autoridades competentes.

* Com Vinicius Konchinski, colaboração para o UOL, em Curitiba

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