Após primeiro caso nos EUA, França não exclui chegada de novo coronavírus chinês ao país
A Europa começa a se preparar para a possível chegada do novo coronavírus chinês. Após o anúncio da contaminação de um homem nos Estados Unidos, a ministra francesa da Saúde, Agnès Buzyn, se pronunciou nesta terça-feira (21). Para ela, o risco da doença na França "é baixo, mas não pode ser excluído".
"Nosso sistema de saúde está bem preparado, os hospitais foram informados e recomendações sobre como proceder foram estabelecidas", afirmou Buzyn em coletiva de imprensa. Segundo a ministra, a possibilidade da chegada do novo coronavírus é considerada pelas autoridades, "já que há voos diretos entre Paris e Wuhan, cidade chinesa que é epicentro da epidemia", reiterou.
O único caso suspeito até o momento no país foi "completamente descartado", afirmou o diretor-geral da Saúde da França, Jérôme Salomon. "Um cidadão francês apresentava sintomas respiratórios suspeitos após uma viagem a Wuhan. Ele está bem, voltou para casa, todos os exames realizados são negativos", completou.
Salomon recomendou que, em caso de suspeita de contaminação, a pessoa permaneça em sua casa para evitar contato com outros indivíduos e ligue para os serviços de emergência. No entanto, o diretor-geral revelou que, ao contrário da Rússia, Índia, Malásia e Tailândia, a França não colocou em prática o controle sistemático da temperatura de passageiros originários de Wuhan. Segundo ele, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a medida, considerada pouco eficaz e complexa de ser aplicada.
Primeira contaminação nos EUA
Um homem de 30 anos foi hospitalizado em Everett, no nordeste dos Estados Unidos, após ter contraído o novo coronavírus chinês, anunciaram nesta terça-feira (21) autoridades americanas de saúde. Além da China - onde o vírus já matou seis pessoas, a doença também foi detectada no Japão, Coreia do Sul, Tailândia e Taiwan.
O paciente, cuja identidade não foi revelada, não visitou nenhum dos mercados de Wuhan, onde surgiram vários casos do vírus, mas viajou para esta região, informou à imprensa Nancy Messonnier, diretora do departamento de doenças respiratórias dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
O homem desembarcou no aeroporto de Seattle, vindo em voo direto de Wuhan, em 15 de janeiro. Ele entrou em contato com os serviços de saúde no domingo, após o aparecimento dos primeiros sintomas.
Uma amostra transmitida aos CDC permitiu confirmar na segunda-feira (20) que o indivíduo havia contraído o novo vírus, informou Scott Lindquist, epidemiologista do Estado de Washington. Segundo ele, o homem está internado e passa bem.
Na última sexta-feira (17), os Estados Unidos estabeleceram controles em três de seus grandes aeroportos (Nova York JFK, San Francisco e Los Angeles), e deve estendê-los esta semana a Chicago e Atlanta, anunciaram as autoridades. Os CDC também estabeleceram que todos os passageiros que viajarem de Wuhan em voos diretos terão que chegar ao país nestes aeroportos.
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