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Bolsonaro expõe mágoa com PSL e quer eleger cem parlamentares em 2022

18.jan.2020 - Bolsonaro (ao centro) em evento do Aliança pelo Brasil - Hanrrikson Andrade/UOL
18.jan.2020 - Bolsonaro (ao centro) em evento do Aliança pelo Brasil Imagem: Hanrrikson Andrade/UOL
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Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

18/01/2020 12h46

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou hoje a sigla pelo qual foi eleito em 2018, o PSL (Partido Social Liberal), e afirmou que foi traído pelos ex-correligionários quando se recusou a lotear cargos. Ele participou durante a manhã de um evento de apoio à criação de sua própria legenda, o Aliança pelo Brasil, que está em fase de coleta de assinaturas para registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"Decepções, ingratidões, gente que se revela depois que assume o poder. Gente que te pede cargo, e você responde: 'Você já teve um cargo em cima do nosso nome. Você é parlamentar'. Mas nem isso satisfez uma parte daqueles que chegaram conosco para ocupar a Câmara e o Senado", afirmou Bolsonaro.

O presidente reclamou do que chamou de "falsa direita" e de "isentões", pessoas que eram alinhadas ideologicamente à sua candidatura, com posições mais radicais, porém migraram para o bloco da centro-direita.

"O desafio a ser vencido é muitas vezes gente que está do seu lado. Principalmente do meu lado. Mas a maioria das pessoas são de bem. É duro ver pessoas que tinham outro objetivo no período eleitoral e nos enganaram. Mas nós estamos vencendo esse momento. Vamos agora, se Deus quiser, formar um partido comprometido de verdade com o futuro do país."

O presidente disse ter sido cobrado pela "falsa direita" para que vetasse o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões, porém argumentou que esta foi a decisão do Congresso e que, apesar de ser contra o financiamento público de campanhas, se sentiu obrigado a sanciona-lo. O aval ao chamado "fundão" foi publicado ontem.

Na versão dele, o veto atrapalharia a realização das eleições municipais no ano que vem. "Temos que agir com inteligência. De vez em quando, recuar. Algumas coisas eu sanciono contra a minha vontade. Outras eu veto contra a minha vontade também. O Brasil não é eu [sic]."

Bolsonaro também deu indícios de que será rigoroso na condução de seu novo partido e que pedirá uma análise da ficha de cada um que pleitear uma candidatura. "Se atingir [o número necessário de assinaturas para registro], me desculpe, aqui não vai ser como no partido do passado [o PSL]. Vamos ter que dar uma analisada na vida da pessoa."

O presidente também fez uma projeção para 2022, caso o Aliança consiga o número de assinaturas (cerca de 500 mil). "Se estivermos bem, dá para eleger uma bancada de cem parlamentares".

Bolsonaro sinalizou que tentará a reeleição daqui a três anos e deixou no ar a possibilidade de uma "volta" após um eventual segundo mandato. "Não é uma lua de mel. É um casamento de quatro ou oito anos. Ou, quem sabe, por mais tempo lá na frente. É um casamento que os frutos serão o bem-estar desse povo."

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