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Presidente da Suprema Corte dos EUA terá holofote pouco comum em julgamento de Trump

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Imagem: HANDOUT

17/01/2020 12h01

Por Lawrence Hurley

WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts, está prestes a se tornar uma figura central na vida política do presidente Donald Trump.

Avesso à exposição pública, o jurista conservador não somente presidirá o julgamento de impeachment do presidente republicano no Senado, que começou formalmente na quinta-feira, mas nos próximos meses dará votos potencialmente decisivos em grandes casos submetidos à Suprema Corte, inclusive um no qual Trump luta para manter seus registros financeiros em segredo.

No julgamento do Senado, que analisará se Trump deve ser retirado do cargo devido às acusações aprovadas pela Câmara dos Deputados que derivam de seu pedido para que a Ucrânia investigasse o rival político Joe Biden, o papel que Roberts representará deve ser essencialmente simbólico.

O Senado, de maioria republicana, determina as regras, e os 100 senadores atuam como jurados.

Quando os procedimentos começarem a pleno vapor na terça-feira, Roberts terá que equilibrar seu compromisso com o julgamento e seu trabalho na Suprema Corte, que fica diante do Capitólio, na mesma rua da capital Washington.

O tribunal ouve argumentações de casos nas terças e quartas-feiras, entre elas uma disputa a respeito dos direitos religiosos que envolve financiamento público para estudantes frequentarem escolas religiosas particulares. As argumentações devem terminar perto do meio-dia, o que dá tempo para Roberts assumir seu lugar no Senado para as sessões de julgamento planejadas para as 13h.

Após a semana que vem, a Suprema Corte deve fazer sua pausa costumeira de meados de inverno, e as próximas argumentações estão agendadas para 24 de fevereiro. A esta altura, o julgamento de impeachment pode muito bem ter acabado.

Como os colegas republicanos de Trump ocupam 53 das 100 cadeiras do Senado e uma condenação exige uma maioria de dois terços, é provável que ele seja absolvido e mantido no posto.

O papel do presidente da Suprema Corte no julgamento se limita essencialmente a manter o processo em andamento, mas Roberts pode ser conclamado a decidir se certas testemunhas deveriam ser convocadas para depor. Se a maioria do Senado discordar de uma decisão sua, os senadores podem votar para revertê-la.

É nos corredores revestidos de mármore da Suprema Corte que Roberts detém poder de fato, e até o final de junho o tribunal de nove juízes decidirá se os registros financeiros de Trump podem ser entregues a comitês congressuais liderados pelos democratas e a um procurador de Nova York.

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