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Khamenei pede unidade islâmica contra os Estados Unidos

17/01/2020 15h12

Teerã, 17 jan (EFE).- O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, pediu nesta sexta-feira "a unidade e cooperação" dos países islâmicos contra os Estados Unidos e o povo iraniano para não se render e confiar na Europa.

Khamenei fez um pronunciamento diante de dezenas de milhares de pessoas no importante sermão de oração da sexta-feira em Teerã, pela primeira vez em oito anos e coincidindo com um momento de crescente da tensão com os EUA e a Europa.

"O caminho para se salvar é não ter medo do inimigo", disse o líder, que denunciou que os EUA tentaram "criar discórdias" e "controlar os países da região e sua riqueza".

Dirigindo-se aos vizinhos árabes, ele disse que é "uma grande mentira" que o Irã provoque guerras em outros países islâmicos e pediu para que tenham "autoconfiança".

O assassinato de Soleimani em um bombardeio americano em Bagdá causou uma grave crise entre Teerã e Washington e levou aos Guardiões da Revolução Islâmica a atacarem com mísseis dias depois uma base militar no Iraque com a presença de tropas americanas.

Esse ataque, ao qual Washington decidiu responder com sanções, mas não com ações militares, foi "um golpe contra os EUA" que quebrou "seu prestígio e arrogância", segundo Khamenei.

O líder também elogiou a presença maciça de cidadãos em funerais organizados em homenagem a Soleimani no Irã e que, em sua opinião, mostra que "o povo iraniano apoia a resistência e se recusa a se render".

Quanto à rendição, ele disse que vários países europeus estão procurando o Irã "de joelhos" diante deles, pois são "lacaios e ferramentas a serviço dos Estados Unidos".

"Suas negociações têm muitas armadilhas e refletem sua má vontade, não podermos confiar nelas", disse o líder. se referindo ao Reino Unido, França e Alemanha, que recorreram ao mecanismo de solução de controvérsias do acordo nuclear com o Irã.

O acordo nuclear ficou enfraquecido desde os Estados Unidos o deixou em maio de 2018 e voltou a impor sanções ao Irã, que o restante dos signatários (Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) não conseguiu neutralizar.

Como resposta, Teerã reduziu gradualmente seus compromissos até anunciar, no último dia 5, que deixou de cumprir na prática as limitações impostas ao seu programa atômico, incluindo os níveis de enriquecimento de urânio.

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