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Greve na França: Quase 50% dos passageiros de trens não poderão viajar no Natal

5.dez.2019 - Manifestantes sobrem em semáforo durante greve geral na França - Alain Jocard/AFP
5.dez.2019 - Manifestantes sobrem em semáforo durante greve geral na França Imagem: Alain Jocard/AFP

14/12/2019 09h17

A França vive neste sábado (14) o 10° dia de greve contra a reforma da Previdência. A mobilização continua forte, paralisando principalmente os transportes públicos. A expectativa é que o movimento continue e atrapalhe as viagens e festas de final de ano.

A pedido do governo, a Rede Ferroviária francesa, SNCF, promete para a próxima terça-feira (17) uma previsão exata do tráfego de trens para a época de Natal. O objetivo é informar corretamente todos os passageiros que compraram e reservaram as passagens com antecedência para as férias de final de ano, que começam a partir do sábado (21).

A diretor-geral da SNCF, Rachel Picard, antecipa que mais de 50% dos passageiros poderão partir. Normalmente, na semana do Natal, circulam na França 5.730 trens de longa distância (internacionais e regionais), informa a diretora-geral.

Na sexta-feira (13), o presidente da SNCF, Jean-Pierre Faradou, pediu aos ferroviários para fazer "uma pausa" na greve durante o Natal e o Ano Novo. Mas a trégua foi imediatamente descartada pelos sindicatos, que continuam responsabilizando o governo pela situação.

"Reforma histórica"

O governo convida os sindicatos para uma nova rodada de negociações nesta semana, mas mantém sua determinação em realizar a reforma da aposentadoria chamada de "histórica" pelo presidente Emmanuel Macron. Ninguém parece acreditar em um acordo antes das festas de final de ano.

O tráfego ferroviário continua fortemente perturbado em todo o país. Em média, apenas 25% dos TGVs e trens internacionais circulam, 20% dos regionais e 30% dos suburbanos. No metrô de Paris, a taxa de paralisação é praticamente a mesma que a registrada durante a semana. Nove das 16 linhas estão completamente fechadas, cinco funcionam parcialmente e apenas duas, que são automáticas, circulam normalmente. O serviço de ônibus é um pouco melhor, com 60% da frota em circulação.

A greve contra a reforma da Previdência começou em 5 de dezembro. Os sindicatos não aceitam a proposta do governo de criar um sistema universal de aposentadoria por pontos, reunindo os trabalhadores do sistema público e privado. O anúncio de detalhes do projeto de reforma, feito na última quarta-feira (11) pelo primeiro-ministro Edouard Philippe, acirrou ainda mais os sindicatos. Eles são contrários a ideia do governo de estabelecer em 64 anos (dois a mais do que o estabelecido pela lei) a idade para a aposentadoria na França.

Uma nova mobilização nacional contra a reforma da Previdência foi convocada para terça-feira (17).

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