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Ex-presidente do Sudão é condenado por corrupção

14/12/2019 11h51

Alvo de uma série de ações legais, Omar al-Bashir cumprirá pena de dois anos em centro para idosos. Ex-ditador teve milhões de euros e dólares apreendidos em sua casa após ser derrubado pelos militares em abril.Um tribunal no Sudão condenou neste sábado (14/12) o ex-presidente Omar al-Bashir, de 75 anos, a dois anos de prisão pelos crimes de corrupção e posse de moeda estrangeira.

Devido à idade avançada, ele cumprirá a pena em um centro de reabilitação para idosos condenados por crimes não puníveis com morte. "De acordo com a lei [sudanesa], aqueles que atingiram a idade de 70 anos não devem cumprir pena na cadeia", declarou o juiz.

Esta é a primeira condenação em meio a uma série de ações legais contra o antigo ditador, que foi deposto pelos militares em abril após meses de protestos a favor da democracia no Sudão. No Tribunal Penal Internacional (TPI), ele poderá responder até por crimes de guerra e genocídio.

A condenação deste sábado está relacionada à grande quantia de dinheiro estrangeiro encontrada na casa de Bashir logo após sua remoção do poder. Autoridades apreenderam quase 7 milhões de euros, mais de 350 mil dólares e 5,7 milhões de libras sudanesas (o equivalente a cerca de 110 mil euros). Neste sábado, o tribunal ordenou ainda o confisco desses bens.

O ex-presidente havia argumentado que o dinheiro fazia parte de um montante de 25 milhões de dólares enviados pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, para ajudar o país. Segundo Bashir, o resto da quantia foi gasto em assuntos de interesse público.

O ex-ditador começará a cumprir a sentença depois que um veredito for alcançado em outro caso no qual ele é acusado de ordenar a morte de manifestantes durante os protestos que levaram à sua queda, segundo informou o juiz responsável pela condenação.

Um dos advogados de Bashir, Ahmed Ibrahim, afirmou que o ex-presidente vai recorrer da decisão.

No poder durante 30 anos, Bashir foi derrubado pelo Exército em 11 de abril, após quatro meses de protestos da população. Desde então, está sob custódia de militares na prisão de Kober, em Cartum.

Ele é acusado de crimes contra a humanidade no TPI pelo conflito em Darfur, que começou em 2003 após o levante armado de dois grupos rebeldes e que resultou em 300 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados. O ex-presidente ainda não foi acusado por esses crimes no Sudão.

Um dos 25 países mais pobres do mundo, o Sudão é agora governado por um conselho soberano civil e militar, encarregado de supervisionar a transição para um governo civil.

EK/afp/rtr/ap/efe

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