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Cúpula do clima da ONU gera preocupação com resistências a ações ousadas

14/12/2019 13h21

Por Matthew Green e Valerie Volcovici

MADRI (Reuters) - As principais economias resistiram a apelos por compromissos climáticos mais ousados na cúpula do clima da ONU em Madri, que caminhava em direção a uma conclusão tardia neste sábado, diminuindo as esperanças de que os países possam agir a tempo de interromper o aumento das temperaturas que está devastando populações e meio ambiente.

Com o encontro de duas semanas se estendendo para o fim de semana, ativistas e muitos delegados criticaram o Chile, que preside as negociações, por elaborar um esboço do texto de cúpula que, segundo eles, arrisca reverter o Acordo de Paris de 2015 para combater o aquecimento global.

"Em um momento em que os cientistas se alinham para alertar sobre consequências terríveis se as emissões continuarem aumentando e as crianças em idade escolar estão tomando às ruas aos milhões, o que temos aqui em Madri é uma traição a pessoas em todo o mundo", disse Mohamed Adow , diretor do Power Shift Africa, uma entidade de clima e energia em Nairóbi.

A maratona anual climática deveria ter terminado na sexta-feira, mas se arrastou, com ministros envolvidos em várias disputas sobre a implementação do Acordo de Paris, que até agora não conseguiu deter a marcha ascendente das emissões globais de carbono.

Participantes de longa data das negociações expressaram indignação com a falta de vontade dos principais poluidores em mostrar ambição proporcional à gravidade da crise climática, após um ano de incêndios, ciclones, secas e inundações.

A União Europeia, pequenos Estados insulares e muitas outras nações pediram que a decisão de Madri sinalize que os mais de 190 países que participam do processo de Paris apresentarão promessas mais ousadas para reduzir as emissões no próximo ano.

O acordo entra em uma fase crucial de implementação em 2020, quando os países devem aumentar suas metas antes da próxima grande rodada de negociações, em Glasgow.

Se grandes economias como China, Índia, Japão, Brasil, Austrália e outras não concordarem com uma ação climática mais significativa em breve, os cientistas dizem que as esperanças já pequenas de evitar aumentos catastróficos de temperatura desaparecerão.

Embora nenhuma economia avançada ainda esteja no caminho certo para o tipo de ação que os cientistas dizem ser necessário para direcionar o clima para um caminho mais seguro, todos os 28 Estados membros da UE, exceto a Polônia, concordaram em Bruxelas na quinta-feira em atingir emissão líquida zero até 2050.

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