Promotor não descarta propina da Odebrecht para ex-primeira-dama do Peru
São Paulo, 13 dez (EFE).- O promotor que comanda a equipe especial do Ministério Público do Peru para a Lava Jato, Rafael Vela, afirmou nesta sexta-feira que não descarta a possibilidade de a Odebrecht ter feito pagamentos irregulares a Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, para favorecer a construtora na licitação do Gasoduto Sul.
A investigação aponta, segundo o promotor, que havia um acerto entre a Odebrecht e o governo de Humala antes da licitação. Por esse motivo, Vela afirmou que não é possível descartar pagamentos indevidos à ex-primeira-dama peruana.
Vela está em Curitiba para colher depoimentos de ex-diretores da Odebrecht, processo que faz parte de um acordo firmado pela empresa com o Ministério Público do Peru. Ontem, Jorge Barata, ex-diretor da construtora brasileira no país, revelou ter se reunido com Heredia, ex-ministros e funcionários do governo de Humala no Palácio de Governo.
Os encontros, segundo a imprensa peruana, serviriam para que Barata garantisse que a Odebrecht seria favorecida na licitação do projeto. Sem dar detalhes do depoimento, Vela confirmou hoje que a Odebrecht reconheceu ser "culpada" no caso do gasoduto.
O promotor também fez um balanço dos testemunhos ouvidos nesta semana durante viagem ao Brasil. Para o chefe da equipe da Lava Jato no Peru, os trabalhos foram muito produtivos.
"Obtivemos informações muito valiosas de alguns casos que estão em processo de consolidação", afirmou Vela.
A equipe do Ministério Público do Peru deve voltar ao Brasil no fim de janeiro para ouvir mais uma vez os ex-diretores da Odebrecht. Barata, segundo Vela, prestará novo depoimento nos dias 30 e 31. EFE
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