Reforma da Previdência é desafio para governo, dizem jornais franceses
Os principais jornais franceses destacam o projeto da reforma das aposentadorias apresentado pelo governo francês nesta quarta-feira (11), em meio ao movimento social que paralisa a França desde o dia 5 de dezembro.
Com o título "Aposentadorias: o grande desafio", o jornal econômico Les Echos lembra que o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, destacou os avanços sociais do projeto que, segundo o governo, vai beneficiar mulheres que foram obrigadas a parar de trabalhar para cuidar dos filhos ou a possibilidade de se aposentar a 64 anos tendo direito à maior pensão, em vez de 67 anos.
Outro anúncio de peso é a aposentadoria mínima de € 1.000, cerca de R$ 4.500, o equivalente a 85% do SMIC, o salário mínimo francês. O premiê espera obter um voto definitivo do texto antes do fim de 2020. Segundo ele, trata-se de projeto "equilibrado", "sem exceções", que "trata todos da mesma maneira." A primeira geração a ser atingida pela reforma é a de 1975, que hoje tem 44 anos já que transição começará em 2025, e será completa para a geração que hoje tem 18 anos. A idade mínima para parar de trabalhar continua sendo de 62 anos.
O Les Echos também traz uma entrevista com o secretárfio-geral da CFDT, Laurent Berger, próximo do patronato, que se uniu à revolta que toma conta da França ao lado de sindicatos como a CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) e a FO (Força Operária). Berger denuncia uma "reforma vendida como um projeto que vai corrigir as injustiças", mas que, na verdade, vai aumentá-las.
Segundo o sindicalista, é injusto que as pessoas que já pagaram todos os seus trimestres sejam obrigadas a trabalhar mais. Por outro, diz, há a vantagem de que cada hora trabalhada dá direito a reinvindicar a aposentadoria mais tarde. O projeto também visa valorizar a aposentadoria dos professores.
"Trabalhar mais tempo e progressivamente"
O Le Figaro também traz na capa uma reportagem sobre a reforma da Previdência francesa. O título é "Édouard Philippe escolhe a firmeza", o que mostra a intenção do governo de não voltar atrás. O texto ressalta, entretanto, que o fim dos regimes especiais - a ideia é criar um modelo único de aposentadoria - acontecerá paulatinamente. É o que deseja o governo, frisou o premiê Édouard Philippe, ao dizer que a única solução é trabalhar mais tempo e progressivamente, como é o caso em toda a Europa.
Os sindicatos querem uma reabertura das discussões e o premiê se declarou aberto ao debate. Nesta quarta-feira (11) no canal de TV TF1, Édouard Philippe, declarou que "é firme no princípio da reforma", mas não está fechado a novas propostas. "Há pontos que podem ser melhorados", concluiu.
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