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Comissão Interamericana pede investigação sobre violência na Bolívia

Manifestantes favoráveis a Evo Morales durante funeral de vítimas de protestos em El Alto, na Bolívia - Aizar Raldes/AFP
Manifestantes favoráveis a Evo Morales durante funeral de vítimas de protestos em El Alto, na Bolívia Imagem: Aizar Raldes/AFP

11/12/2019 15h23

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) recomendou a criação de um mecanismo internacional de investigação para esclarecer a violência durante a crise política após as eleições de outubro na Bolívia, o que resultou em 36 mortes.

Em relatório publicado na terça-feira após sua visita ao país, essa entidade autônoma da Organização dos Estados Americanos (OEA) aconselhou a criação de um Grupo Internacional de Peritos Independentes, com "garantias de autonomia e independência para proteger o direito à verdade e identificar adequadamente os responsáveis".

Após as eleições de 20 de outubro em que o presidente Evo Morales buscou um quarto mandato, a oposição denunciou "fraude" em função da parada da apuração dos votos por mais de 20 horas, o que provocou uma onda de protestos.

A Comissão indicou que, no contexto da crise e até 27 de novembro, soube de 36 pessoas que perderam a vida na Bolívia.

A CIDH informou que durante sua visita recebeu informações abundantes sobre dois massacres cometidos em Sacaba e Senkata, em 15 e 19 de novembro, respectivamente, nos quais pelo menos 18 pessoas perderam a vida.

O governo interino da Bolívia rejeitou este relatório e o chamou de "tendencioso" e de favorecer o "narcoterrorismo".

O Ministro do Governo (Interior), Arturo Murillo, descreveu o relatório em uma entrevista coletiva como "totalmente tendencioso" e disse que "não reflete a realidade" e que "está favorecendo apenas o narcoterrorismo".

O governo interino descreve como "narcoterrorismo" grupos de cocaicultores em Chapare, leais ao ex-presidente.

"Essas mortes, quase inteiramente, foram realizadas por narcoterroristas", insistiu Murillo.

Morales, o primeiro presidente indígena do país, renunciou em 10 de novembro sob pressão de seus oponentes e forças de segurança, que pediram que ele se demitisse para permitir a "pacificação" do país.

Depois de pedir asilo no México, Morales denunciou um "golpe de Estado".

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